O cientista brasileiro Carlos Nobre é o primeiro brasileiro a ganhar o Prêmio de Diplomacia Científica da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS). Em 2021, a entidade escolheu homenagear o especialista em impactos das mudanças climáticas na Amazônia por “seu trabalho ao longo de toda a carreira para entender e proteger a biodiversidade e os povos indígenas da Amazônia”, segundo o comitê da AAAS.
Criada em 2013, a premiação reconhece indivíduos e pequenos grupos que atuam em áreas da ciência, da engenharia e das relações internacionais para contribuir com a diplomacia científica.
Nobre é o atual presidente do Painel de Ciência para a Amazônia, uma iniciativa da Rede de Soluções de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (UN SDSN) para estudar a Bacia Amazônica. O cientista brasileiro lidera mais de 160 pesquisadores dos países amazônicos e de outras nações para estudar a região e estabelecer diretrizes de proteção, conservação e desenvolvimento sustentável.
O pesquisador, que também atua no Instituto de Estudos Avançados (IEA) da Universidade de São Paulo (USP), é conhecido por seu trabalho sobre a “savanização” da Amazônia como consequência das alterações no clima e do desmatamento. “Dr. Nobre contribuiu com o entendimento científico da floresta amazônica como um sistema globalmente importante e parte insubstituível de uma herança ecológica e cultural para toda a humanidade”, diz Emma Torres, que também atua na UN SDSN e foi quem nomeou o brasileiro para a honraria, em comunicado.
Carlos Nobre também contribuiu para alavancar a ciência no Brasil. Ele atuou como secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) entre 2011 e 2015 e liderou diversos programas científicos no país. “A liderança de Carlos inspira ação e incentiva o multilateralismo, fornecendo uma estrutura que nos permite avançar em direção a um futuro mais sustentável e equitativo, juntos”, ressalta Torres.
A cerimônia em homenagem ao brasileiro acontece virtualmente nesta quarta-feira (10), durante o Encontro Anual da AAAS.
Fonte Revista Galileu