Após vasta pesquisa e já ter atuação na área de eficiência energética desde 2002, é possível afirmar que neste momento, em pleno século XXI, o Brasil tem as melhores oportunidades para dar uma virada real e efetiva na aplicação dos conceitos já estabelecidos de consumo de energia elétrica, e, nesse caso, o fator de sustentabilidade já é uma realidade no segmento de energia do nosso País.
Estamos recordando aqui dos períodos de 2000/2003, ocasião em que aplicamos o conceito de eficiência energética em edificações que tinham atividades do setor público.
Dirigíamos a engenharia da Polícia Civil de SP, com projetos, construções, reformas, ampliações e adequações de imóveis, nas necessidades da instituição no estado de São Paulo.
Com a aplicação do conceito de eficiência energética, pudemos tirar da situação crítica de consumo de energia elétrica 13 unidades policiais na capital com a simples aplicação do conceito, posição que hoje já é aceita com maior naturalidade por algumas áreas, mas que na ocasião, onde não se discutia ou divulgava o assunto, havia um desconhecimento da importância do tema, e o assunto era tratado como algo irreal e inusitado. Desde então muita coisa foi alterada, muita tecnologia foi aplicada, inclusive sendo introduzindo no Brasil a tecnologia do LED.
Em paralelo a esses fatores, os quais demonstram quanta evolução houve – e ainda o quanto se pode evoluir -, surge anos após a geração solar fotovoltaica, a energia eólica e, como também, o aproveitamento de restos problemáticos para a empresa.
Hoje muitas empresas tem a consciência do uso de matérias, que na ocasião eram considerados lixos industriais, e atualmente, com tecnologias adequadas, tornam-se materiais para outras necessidades e finalidades.
A mudança no mundo ocorreu de tal maneira que hoje as novas maneiras de encarar energia e subprodutos não são mais vistas como futuro, e sim, como uma realidade incontestável e necessária muito presentes no País.
A partir dessas transformações, vários empresários e investidores se dedicaram à geração solar e à eólica, tendo ocorrido com isso, uma tomada de consciência sobre a importância do assunto, como também uma mudança nos conceitos de utilização da energia elétrica, as quais nos trouxeram novas alternativas, principalmente, às gerações distribuídas.
Anualmente inúmeros congressos e feiras são organizados tendo como tema esse mercado que cresce a cada dia. As pessoas estão mais atentas à sua conta de energia das concessionárias e algumas empresas já fazem uso de energias fornecidas pelo mercado livre. Esse fato propiciou uma mudança de atuação sendo que na atualidade, têm-se uma opção de consumo diferente, o que fez com que surgisse uma gama de opções.
Leilões são feitos e verdadeiras fazendas de geração fotovoltaica estão funcionando, enquanto outras estão sendo projetadas pelos investidores do novo mercado que surge no Brasil. Até aqui tudo vem caminhando, fazendo com que os profissionais da área de Engenharia repensem como um profissional poderá inovar nesse mercado solar fotovoltaico que já é uma realidade no Brasil.
Assim, observando o mundo de oportunidades que este segmento traz, e após convite do governo da Alemanha (do Estado da Baviera-Munique), em junho de 2015, tivemos a oportunidade de conhecer e saber como estava a realidade em tais cidades. A região da Baviera, naquele país, é um estado dos mais avançados em termos de tecnologia, tanto nas usinas de geração fotovoltaica, eólica e por combustão de biogás e biomassa. Desse modo começamos analisar e projetar ações que consideramos interessantes para o nosso País.
Durante o período em que lá estivemos, um dos aspectos que mais nos chamou atenção foi o cuidado técnico que os alemães têm com as instalações e sua manutenção.
Observamos a existência de uma perfeita manutenção, limpeza e conservação das usinas fotovoltaicas, tanto nas edificações residenciais como nos pequenos comércios e fazendas de geração solar. Tivemos oportunidade de observar em um mirante que uma das unidades da BMW, em Munique, funciona com sua cobertura totalmente ocupada com placas fotovoltaicas.
Daí, em decorrência de nossas observações e comentários com colegas de viagem, imaginamos a implantação do conceito de limpeza mecanizada nas usinas de geração fotovoltaica no Brasil.
- Imaginemos uma situação:
Um investidor firma um contrato de fornecimento de energia com uma concessionaria para a produção de X-MW por um determinado período de tempo.
Dá-se início à produção da energia contratada. Com o decorrer do tempo, dependendo da região em que essa produção ocorra, a atmosfera local traz uma determinada quantidade de resíduos e sujidade a qual irá se acumular na superfície das placas.
Caso não seja providenciada uma limpeza preventiva adequada e suficiente na placas, uma quantidade de resíduos e partículas irá se depositando ao longo do tempo, fazendo com que, com a dificuldade de incidência criada, diminua a geração de energia que a principio ocorria, e sobre a qual foi feito um contrato de fornecimento. Imaginemos então as multas e os problemas que virão desse fato, pois contrato não cumprido resulta em multa, e consequentes danos ao negócio. De outro lado, uma limpeza mal executada, resultará em danos às placas.
Durante uma conversa que tivemos com uma pessoa, a mesma nos disse que passaria uma vassoura com um funcionário sobre cada uma das placas, e que iria fazer uso de sabão para poder limpar melhor, ocasião essa em que pudemos imaginar a quantidade de fissuras que seriam criadas na s do vidro que recobre as placas, causando dessa maneira, um dano irreparável nas placas.
Quando é colocado peso sobre as superfícies de cada placa, sua moldura sofre pequenos movimentos que acarretam à entrada de partículas de água, que irão ser infiltradas com consequente dano ao sistema, o que, ao longo do tempo, inviabiliza a produção de energia, com o funcionamento errada do sistema.
Dessa maneira, em decorrência da falta de manutenção, teremos diminuição da geração projetada, fato esse que trará como consequência sérios danos financeiros ao investidor, como também ao usuário que optou por essa tecnologia em seu estabelecimento.
Analisando a questão, pudemos entrar em contato com fabricantes de equipamentos que são usados para manutenção da limpeza e conservação das placas, e nessa ocasião foram observados dois aspectos distintos:
- A limpeza de placas instaladas em comércios, residências e pequenas instalações, que tem como foco o consumo direto da energia gerada, sem a intenção da venda dos quilowatts;
- A limpeza das placas de geração solar, instaladas nas conhecidas “fazendas de geração”, onde são produzidos vários megawatts de potência, local em que são instaladas várias linhas de módulos.
Percebe-se que equipamentos para essas duas finalidades são diferentes, com custos diversos, tendo em tese a mesma finalidade, mas as consequências da não operação dessa manutenção tem consequências dispares.
Imagine-se então, que por vários motivos, a manutenção não está adequada e ao longo do tempo é percebido pelo contratante que o que estava estabelecido em contrato não está sendo atendido. A empresa geradora estará sujeita a multas e sanções pesadas, pois estará comprometido o fornecimento de energia elétrica ao seu cliente. Não é necessário que sejam aqui citados os problemas decorrentes dessa irregularidade.
Nesse sentido, visitamos fornecedores alemães para trazermos para o Brasil equipamentos de tecnologia de ponta, considerados práticos e adequados para a atividade de manutenção preventiva de limpeza dos sistemas de energia. A proposta é atender as empresas com equipamentos já instalados, como também os clientes que irão instalar equipamentos em suas organizações.
Estamos certos de que teremos plenas condições de implantarmos os conceitos de modernidade e eficiência que aquele país nos ensina a cada dia, com determinação e planejamento traremos resultados de excelência nos sistemas de geração.
Assista abaixo a filmagem que fizemos durante a visita a uma instalação na Alemanha com equipamento adequado: