O mês de agosto marcou o fim de dois anos em que vigorou a taxa de 20% sobre as importações de etanol para volumes que excedessem 600 milhões de litros. Uma tentativa de proteger o produtor de etanol brasileiro. A expectativa agora é para saber se o governo vai renovar essa taxação ou não.
O que está sendo considerado nessa decisão é a expectativa do acordo comercial entre Brasil e Estados Unidos, que pode zerar tarifas de importação entre os dois países, e, com isso, o etanol de milho norte-americano pode inundar o mercado brasileiro, o que, em tese, prejudicaria o setor sucroalcooleiro, que sempre viveu entre altos e baixos e que, na safra deste ano, teve média de 65% da cana colhida destinada à produção do etanol. Os outros 35% foram para a produção de açúcar.
Em todo caso, a perspectiva é de otimismo para alguns. O professor Marcos Fava Neves, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP) da USP e especialista em agronegócio, acredita que o acordo bilateral com os Estados Unidos vai trazer vantagens para os produtores dos dois países. Ele defende que o Brasil abra mercado para importação do etanol de milho e os Estados Unidos para o açúcar brasileiro, proporcionando equilíbrio nas relações de produção e consumo de etanol e açúcar.
Outra perspectiva para o setor sucroalcooleiro é a entrada em vigor, em janeiro do próximo ano, do RenovaBio, a Política Nacional de Biocombustíveis. O RenovaBio estabelece como meta a redução das emissões de gás carbônico em 11% até 2029 em comparação com 2018, medida que só será possível com aumento da produção e do consumo de combustíveis renováveis. A previsão do RenovaBio é de que a produção nacional de etanol cresça para 48 bilhões de litros. Para a safra 2019- 2020, a previsão é de novo recorde de produção, de 33 bilhões de litros.
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Fonte Jornal da USP