Há exatos 50 anos, no início da madrugada de 21 de julho de 1969 (horário de Brasília), os brasileiros assistiram à descida do homem na Lua, em um pool formado por todas as emissoras do País existentes na época. Esse foi o primeiro grande evento transmitido ao vivo via satélite para todo o Brasil e é um acontecimento que ainda está na memória de muitos brasileiros. De lá para cá, muita coisa mudou. Acompanhar campeonatos esportivos realizados em outra parte do planeta, assistir em tempo real a coberturas de eventos jornalísticos ou ver vídeos postados nos lugares mais distantes do mundo já são fatos comuns na rotina das pessoas.
O que pouca gente sabe é que a comunicação via satélite continua evoluindo a passos largos e se tornou peça fundamental nas principais inovações que movem o desenvolvimento de setores como os de saúde, educação e outros segmentos que, mesmo com instalações remotas, podem se beneficiar dos mais modernos recursos de conectividade. Atualmente, a oferta de soluções de internet via satélite com alta velocidade permite uma revolução no agronegócio, por exemplo, com o uso de dispositivos de internet das coisas (IoT) para gerenciar insumos e sementes, acompanhar o desgaste de maquinários ou definir a quantidade de defensivo, aprimorando a administração e os ganhos e reduzindo perdas na plantação e na colheita. “Estamos cada vez mais dependentes da comunicação via satélite, e no agronegócio não é diferente. Na pecuária, por exemplo, é possível monitorar e rastrear rebanhos inteiros, gerando mais segurança para o produtor e qualidade para o consumidor”, diz Flavia Cruz, coordenadora da Divisão Técnica de Telecomunicações do Instituto de Engenharia, entidade com mais de 100 anos de existência e especializada em estudos nas áreas de infraestrutura, tecnologia e energia, entre outras.
O uso de inteligência de dados, analytics e inteligência artificial também já pode ser viabilizado em empreendimentos localizados em regiões remotas, graças à evolução dos satélites. Essas inovações poderão ser ampliadas a partir do próximo ano, quando a Embratel colocará em operação comercial o Star One D2, segundo satélite de quarta geração e o maior já lançado pela empresa, que terá entre seus objetivos atender à crescente demanda por transmissão de dados, vídeo e internet. O novo equipamento também vai ampliar a capacidade para transmissão de dados ampliar as redes de backhaul celular existentes em banda Ku (uma das faixas de frequência utilizadas nas comunicações com satélite). “Se pensarmos em desenvolvimento de negócios, com a conectividade via satélite expandida, empresas instaladas em áreas com pouca ou nenhuma infraestrutura de telecomunicações, como redes de postos de gasolina, comércio e hotéis, podem manter comunicação permanente com seus escritórios, transmitindo informações em tempo real, reagindo com mais agilidade e gerando melhores resultados”, afirma Gustavo Silbert, presidente da Embratel Star One.
Fonte: O Estado de S. Paulo