A proporção no número de inscritos revela um ambiente predominantemente masculino. De cada 10 candidatos a uma vaga em engenharia de computação na Escola Politécnica (Poli) da Universidade de São Paulo (USP), apenas um é do sexo feminino. Apesar da disparidade, coube a uma jovem de 17 anos o posto de 1º lugar na carreira na Fuvest 2019. Para Fernanda Namie Takemoto Furukita, de Campinas (SP), o desempenho é uma forma de dar representatividade às mulheres na área.
“Eu me senti muito feliz. Acho que falta ainda mais mulheres no mundo de exatas, e existe, sim, um pouco de machismo. Só que esse não é um mundo só dos homens, nós somos capazes”, avisa.
Além de ser a primeira colocada no curso que escolheu seguir, Fernanda ainda acumula outro resultado expressivo: com a nota do Enem, passou em medicina na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) pelo Sisu.
A jovem conta que tentou a vaga para agradar a mãe, nutricionista de formação e que sonhava com a carreira de médica. Só que o coração já estava definido por engenharia de computação, a mesma profissão do pai.
Mas se engana quem pensa que o pai, formado pelo Instituto de Tecnológico de Aeronáutica (ITA), um dos centros de formação em engenharia mais conceituados do país, forçou a barra para a carreira.
“Defini o que iria fazer com a ajuda da psicóloga da escola, durante orientação profissional. É engenharia mesmo. Já até fui visitar a Poli e estou definindo o local onde morar em São Paulo”, conta.
‘Relax’
Fernanda estuda em um colégio privado de Campinas e optou por um 3º ano do ensino médio “turbinado”, com aulas junto com a turma do cursinho, maior carga horária e simulados aos finais de semana. O esforço deu frutos, mas a jovem conta que um hobby da infância ajudou a manter a cabeça tranquila e relaxada para as provas.
“Toda vez que estava cansada, sentia que a mente estava sobrecarregada, ia tocar piano. É como se desse um tempo para meu cérebro. Gosto de tocar músicas rápidas, e foco nisso, desligando do que estava fazendo antes”, explica.
Fonte G1