São Paulo – Com alta taxa de evasão e nível de empregabilidade inferior a que tínhamos no passado, as universidades buscam uma forma de melhorar o nível de ensino e também refletem sobre o preparo de alunos no ensino fundamental e médio. Durante o Café EXAME Educação, Fábio Prado, reitor do centro universitário FEI, e Victor Teles, gerente-executivo da Festo, debateram os dilemas de formação dos engenheiros hoje e no futuro.
“Nesse momento, engenharia é um mercado desacelerado no Brasil. Já tivemos um índice de empregabilidade altíssimo e isso já não é mais o que vemos, há um desaquecimento industrial. Se quisermos pensar em retomada, precisamos colocar nesse cenário profissionais qualificados que possam suporte para isso”, disse Prado.
Em contrapartida, Teles argumenta que muitos dos engenheiros estão empregados hoje em áreas não relacionadas com a indústria. “O papel do engenheiro também é importante no ponto de vista de inovação de produtos que a sociedade necessita. Não é a tecnologia que temos hoje que impulsiona a indústria 4.0”, declarou Teles.
Para formar o engenheiro do futuro, o gerente-executivo da Festo acredita em habilidades que vão além do domínio das ciências exatas. “Criatividade e empreendedorismo são importantes. Você pode se perguntar: o empreendedorismo é importante para o funcionário de uma empresa? A resposta é sim, porque existe o intraempreendedorismo, que pode ser muito benéfico para empresas”, afirmou Teles.
Ambos concordam que o profissional do futuro precisa de uma formação sólida em exatas, mas ter outras atividades fora da sala de aula, como atividades de pesquisa ou estágios no exterior e o estímulo para desenvolvimento de novos produtos, de uma atitude empreendedora, é importante. Para Prado, a ponte entre academia e mercado é crucial, mas precisa existir desde o começo da formação para que ela seja benéfica.
Fonte Exame