Por Micelli Camargo
Um dos maiores percalços no caminho de alunos de cursos da área técnica, sobretudo engenharia é a questão de unidades, ou o que é chamado “Transformação de Unidades”.
Por convenção e acordos entre as comunidades científicas, o Sistema Internacional de Unidade, o SI é o padrão adotado.
No entanto, ainda existem muitos sistemas de unidades em uso, principalmente o Sistema Inglês, também chamado de Sistema Britânico de Unidades, no qual está inserido o PSI.
PSI é a abreviação de “Pound Square Inch” que traduzindo para o português, temos “Libras por polegadas quadradas”.
Trata-se de uma unidade de pressão, a mesma que vulgarmente no postos, os leigos, chamam de “libras”, não é raro o frentista perguntar, “quantas libras para calibrar o pneu?” e o motorista responde “Coloca 30 libras, por gentileza”. O correto seria 30 libras por polegadas ao quadrado.
Aprofundando um pouco o assunto, em literaturas técnicas produzidas em países que utilizam, muito frequentemente o sistema inglês, como os Estados Unidos da América, é comum o aparecimento do termo PSIG e PSIA que gera dúvida até entre muitos técnicos e engenheiros.
PSI nós já discorremos a respeito, mas o que seria essa G ou A que aparecem na unidade de pressão?
G é a abreviação de “Gauge”, do inglês, manômetro ou manométrico, enquanto A é abreviação de “absolute”, que podemos traduzir como “absoluto”.
Essas letras são utilizadas para identificar se a escala de pressão utilizada é a escala absoluta ou manométrica. Esta é a medida de pressão feita a partir da pressão atmosférica e por isso também recebe o nome de pressão relativa, enquanto aquela é a medida de pressão feita a partir do zero absoluto, daí o termo pressão absoluta.
Podemos fazer uma relação entre a pressão absoluta e pressão manométrica, a saber:
Pressão Absoluta = Pressão manométrica + pressão atmosférica
Assim quando temos PSIA, trata-se da pressão absoluta enquanto PSIG da pressão manométrica medida em PSI ou libras por polegadas quadradas.
Na literatura produzida no Brasil, é comum a identificação apenas da pressão absoluta, com o uso do “abs”, por exemplo, “pabs = 100 kPa” (lê-se: pressão absoluta igual a cem quilopascal). Quando não há nenhum identificação adicional, por convenção, trata-se da pressão manométrica, por exemplo, “p = 100 kPa (lê-se pressão manométrica igual a cem quilo pascal, ou simplesmente, pressão igual a 100 quilo pascal);
Embora sejam conceitos simples, a falta de compreensão pode provar erros catastrófegos em projetos ou mau funcionamento e/ou ou danos irreverssíveis em máquinas e equipamentos, seja pelo excesso ou falta de pressão, aumentando assim o custo de manutenção e consequentemente reduzindo o lucro da empresa.
*Micelli Camargo – Engenheiro Mecânico pela Universidade Federal de Itajubá – UNIFEI desde 2005.
MBA Executivo em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas – FGV em 2013
Especialização em Metodologia do Ensino Superior pela Uniderp em 2010
Engenheiro de vendas e aplicações com 13 anos de experiência em vendas técnicas, sendo os últimos 07 anos na pela John Crane, multinacional do seguimento de Vedações Insdustriais, além e professor e produtor de vídeo-aulas, artigos e cursos em Cursos Engenharia e Cia.