“Bebo porque é líquido. Se fosse sólido, comê-lo-ia”. Mais do que um bom exemplo de como se deve usar mesóclises, a frase proferida pelo ex-presidente Jânio Quadros explica bem o senso comum sobre os diferentes estados da matéria. Dá para tirar daí algumas relações: por exemplo, da mesma forma que não dá para mastigar água, nadar em uma banheira de areia também não é das tarefas fisicamente mais prováveis. Procede? Bom, não exatamente. Basta usar a quantidade certa de ar — e areia fina o suficiente — para desafiar as leis da física dessa exata maneira. Foi o que provou um ex-engenheiro da Nasa, em um vídeo para seu canal do YouTube.
(Mark Rober/YouTube)
“Banheiras de hidromassagem cheias de água são tão 2016”, argumenta Mark Rober, autor da façanha, na descrição do vídeo. Longe dos foguetes e do programa espacial norte-americano, o inventor conseguiu simular aquele efeito de areia movediça, que você só costumava ver nos desenhos. Tudo, graças à ciência.
Ao colocar objetos diversos, como brinquedos, um clássico patinho de borracha e até uma bola de basquete, o efeito é semelhante ao que acontece na água. Graças ao seu peso, casa coisa parada na superfície afunda de uma vez. Quando alguém despeja um objeto do alto, dá para vê-lo batendo na água e sendo empurrado para cima de novo. Um tanto de areia ‘esguicha’ para cima, como a água também faria, e as ondulações perturbam a superfície — igualzinho uma pedra faria na lagoa.
A boa notícia é que dá para replicar o efeito em casa mesmo, em uma escala menor, quem sabe, como uma bacia ou tupperware grande. É bom estar avisado que é provável que não dê certo de primeira — Rober, por exemplo, precisou testar 25 designs diferentes até chegar na batida perfeita. Para isso, você precisará só de um recipiente, disposição o bastante para enchê-lo com alguns quilos de areia bem fina e um fluxo constante de ar (aconselha-se um cilindro de ar comprimido, conectado ao aparato por uma mangueira).
Autor: Super Interessante