O livro da semana trás a história da construção da Ponte Salazar, que no seu projeto teve o nome Ponte Lisboa e hoje se chama 25 de Abril. Esta ponte liga a cidade de Lisboa à cidade de Almada, em Portugal e atravessa o rio Tejo.
A ponte Salazar foi inaugurada no dia 6 de Agosto de 1966 pelo Presidente da República Contra-Almirante Américo Deus Rodrigues Thomaz e o Ministro das obras públicas o Engenheiro Eduardo de Arantes e Oliveira. Apesar do nome, o ditador não teve interferência na obra.
O território português na Europa tem uma forma alongada na direção norte-sul e é atravessado por cadeias de montanhas e rios, de leste para oeste. Estes acidentes geográficos tornam difícil o estabelecimento de vias de comunicação e têm obrigado a dispendiosas obras de engenharia, na realização das redes rodoviárias e ferrovias do País.
As margens são baixas e inundáveis em grandes extensões pelas frequentes cheias, o leito é constituído por formações aluvionares e as camadas geológicas resistentes estão a apreciáveis profundidades, o que tornava muito difícil a construção de fundações para obras de engenharia que permitiam a transposição.
Por conta destas grandes dificuldades, a construção de pontes ou túneis no curso inferior do Tejo era necessariamente cara. Por isso o projeto demorou anos, e a obra foi iniciada no dia 5 de novembro de 1962.
Teve a direção do Engenheiro José do Canto Moniz. Na construção desta ponte, foram escavados seis milhões e meio de metros cúbicos de rochas e solos, fabricados e moldados trezentos mil metros cúbicos de betão, fabricadas e montadas oitenta e duas mil toneladas de peças de aço. Chegaram a trabalhar simultaneamente, na obra cerca de três mil operários portugueses.
De acordo com o Chefe de Estado da época: “obra majestosa de engenharia, que a apurada técnica moderna aligeirou e embelezou projectará amplamente, no futuro, as suas incalculáveis consequências benéficas”.
A Ponte Salazar tinha o grande objetivo de mostrar que a capital poderia ser um exemplo de evolução de caráter em um ritmo indispensável para se tornar o elemento-chave do desenvolvimento e do equilíbrio regional da zona mais populosa do País.
A ponte sobre o Tejo foi um marco da modernização de Portugal nos finais dos anos 50, início dos anos 60.
O livro trás toda a história do projeto da ponte, os empecilhos, como foi a construção. Há uma grande quantidade de fotos da época, desenhos do projeto, mapas e diagramas. O livro é muito bonito de manusear.
Informações extras:
Direção e redação – Engenheiro J. Canto Moniz
Coordenação e redação – Engenheiro C. Silva Lima
Orientação artística – Prof. Arq. Frederico George
Maqueta e orientação gráfica – Antônio Garcia e Luís Filipe de Abreu
Compilação de elementos gráficos – V. Ferreira Branco
Fotografia – Celestino Teixeira
Autor: Martha Amorim