Neste mês que aconteceu, no Instituto de Engenharia, o Workshop Lições aprendidas no processo de licenciamento ambiental durante a implantação e operação de grandes hidrelétricas na Amazônia, Victor Brecheret Filho, vice-presidente do Instituto de Engenharia, fala sobre o aproveitamento do potencial hidrelétrico da Amazônia e as lições que devem ser melhor compreendidas sobre o potencial hidrelétrico brasileiro.
Brecheret começa destacando que hoje, cinco grandes obras estão na sua etapa final e que “é uma boa oportunidade e houve um aprendizado muito grande. Hoje em dia se sabe bastante como tratar e o que vai acontecer com o meio ambiente e com os rios. O Brasil aprendeu muito com isso e sabe lidar com as exigências internacionais.”
Apesar das condições difíceis e adversas, a respeito do território e as relações com as comunidades indígenas e locais, foi possível a engenharia realizar obras com grandes índices de sucesso, como Belo Monte, Jirau e Santo Antônio. Porém, Brecheret ressalta a importância do verdadeiro aproveitamento do potencial hidrelétrico da Amazônia.
Ele explica que “o mundo hoje é energívero, ele devora todos os recursos e todos os potenciais energéticos que existem na terra, e cada vez mais a demanda de energia se faz presente”. Dessa maneira, é necessária a busca da energia onde está disponível, e que isso se faça de maneira racional.
O pensamento segue com o exemplo de como a ocupação da Amazônia começou de maneira ambiciosa. “Com usinas muito grandes, houve uma transformação para pior e o Brasil se deu mal, pois depois de um tempo, estas foram mutiladas. Independente das capacidades instaladas das usinas terem sido mantidas, a energia gerada em cada uma delas foi muito reduzida, por causa do reservatório, também reduzido.”
Foi feito um grande investimento, que não obteve os resultados desejados. O Brasil é ou era um País privilegiado com o potencial hidroelétrico disponível, por isso era de se esperar resultados mais promissores, tal como a construção da hidrelétrica Itaipu.
A busca do aproveitamento dos potenciais na região amazônica ocasionou algumas insurgências, como a probabilidade das comunidades, sítios ecológicos e tribos serem prejudicadas. Este alvoroço acabou criando atrasos e subaproveitamento desse potencial.
A conclusão é que o Brasil aprendeu bastante, mas o aproveitamento total do potencial não foi satisfatoriamente desenvolvido. O Brasil tem o privilégio de usar a energia limpa, caso esta oportunidade não seja feita de maneira correta, será necessário à busca de outra fonte de energia, muito mais poluente ou perigosa, como a energia nuclear.
(Por Martha Amorim)
Autor: Instituto de Engenharia