Chineses querem retomar projeto do trem-bala entre SP e RJ, dizem fontes

Empresas chinesas estão pressionando o governo interino de Michel Temer pela retomada do projeto de trem-bala ligando as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, informa a Reuters nesta sexta-feira, 12. O projeto, estimado em US$ 11 bilhões, foi abandonado após dúvidas sobre sua viabilidade, o modelo de concessão e a real demanda pelo serviço na região.

Segundo a Reuters, o embaixador chinês em Brasília disse a Temer na quarta-feira, 10, que fabricantes e operadoras chinesas de trens de alta velocidade querem participar do projeto de infraestrutura brasileiro.

Temer foi convidado para andar no trem-bala que liga as cidades chinesas de Xangai e Hangzhou no próximo mês, durante uma cúpula do G20, quando ele deve discutir o projeto em negociações bilaterais com o presidente chinês, Xi Jinping, disse um assessor presidencial brasileiro.

“Os chineses estão trabalhando duro para reavivar o projeto”, disse o assessor, que pediu anonimato porque não está autorizado a falar publicamente. “O Brasil não está convencido ainda, mas é favorável à ideia.”

Engavetado

O projeto foi proposto pela primeira vez em 2010, durante uma época em que a economia brasileira estava crescendo, e o plano original era ter a linha operando em tempo para as Olimpíadas no Rio. Mas, em 2013, o governo foi forçado a adiar a concessão do projeto pela terceira vez por falta de interesse das construtoras, que se queixavam do modelo de concessão.

Quando a economia começou a azedar em 2014 o projeto foi esquecido, passando a ser considerado um empreendimento muito caro e difícil de realizar. Agora, com a economia em recessão, o Brasil teria de contar com empresas privadas para financiar o projeto.

As empresas chinesas interessadas no trem-bala incluem a China Railway Construction Corp Ltd. Além disso, as principais multinacionais do ramo, como a francesa Alstom, a espanhola Construcciones y Auxiliar de Ferrocarriles SA e a alemã Siemens AG estavam interessadas ​​no projeto original, segundo o governo brasileiro.

Autor: Opinião & Notícia