Você sabia que apenas metade de alguns dos principais metais extraídos das minas de todo o mundo são realmente utilizados?
Isto pode até parecer estranho, mas estranho mesmo é o destino desses metais não utilizados.
A maioria do desperdício está no “mundo dos desconectados”, de acordo com Bjorn Wallsten, da Universidade Linkoping, na Suécia.
Wallsten estudou detalhadamente a infraestrutura de duas cidades suecas – Norrkoping (135.000 habitantes) e Linkoping (150.000 habitantes) – e descobriu milhares de quilômetros de fios, cabos e dutos metálicos que estão simplesmente desconectados das suas respectivas redes, sem nenhuma serventia.
São principalmente ferro, cobre e alumínio na forma de trilhos, dutos de gás, cabos elétricos de alta tensão, fiação de baixa tensão e antigas redes telefônicas, entre várias outras possibilidades – todos já sem uso, mas que não são retirados para reciclagem.
Mineração urbana
O pesquisador reconhece que, na maioria dos casos, a retirada do material não é simples, pode interferir com a operação normal da infraestrutura elétrica, de água e de gás e de telecomunicações, e, em alguns casos, é até mesmo difícil apontar a responsabilidade pela “mineração urbana”.
Mas ele aponta que, a exemplo da mineração tradicional, onde as minas são instaladas nas reservas de maior concentração de cada metal, é possível começar a reminerar áreas onde há mais metais, como antigas zonas industriais e prédios sem utilização.
Além disso, é desejável sincronizar qualquer manutenção nas redes com a retirada dos metais não utilizados.
Infelizmente, calcula Wallsten, com os atuais baixos preços dos metais, nenhuma dessas opções seria diretamente rentável. Para preservar os recursos minerais primários – aqueles que estão nas minas – ele recomenda que a legislação imponha a obrigatoriedade da recoleta dos metais pelas empresas responsáveis pelas respectivas redes.
Bibliografia:
The Urk World – Hibernating Infrastructures & the Quest for Urban Mining
Bjorn Wallsten
http://liu.diva-portal.org/smash/get/diva2:872787/FULLTEXT02.pdf
Autor: Inovação Tecnológica