A Hidrovia Tietê-Paraná, uma das principais vias de escoamento de grãos e que ficou interditada por dois anos, será reaberta oficialmente nesta quarta-feira, 27. A informação foi dada ao Broadcast Agro, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, pelo presidente da Federação Nacional das Empresas de Navegação Aquaviária (Fenavega), Raimundo Holanda Cavalcante. A solenidade de reabertura da hidrovia está marcada para as 11h, na usina hidrelétrica Nova Avanhandava, município de Buritama (SP).
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que a manutenção da hidrovia aberta durante todo o ano ainda depende do regime de chuvas até abril. Em nota, o Dnit informou que, “caso se mantenham os volumes atuais de chuva, os reservatórios devem se recuperar”. Segundo o órgão, o Operador Nacional do Sistema (ONS) ainda está fazendo estudos e projeções.
Para Cavalcante, no entanto, a Agência Nacional de Águas (ANA) foi a responsável pela paralisação da hidrovia, ao priorizar o uso da água do reservatório Três Irmãos para a geração de energia elétrica. A decisão, na avaliação dele, levou à redução do calado (profundidade necessária para a navegação segura) do reservatório e à posterior suspensão das atividades na hidrovia. “Até então, se analisarmos o histórico da hidrovia nos últimos 30 anos, nunca houve problema algum”, declarou Cavalcante.
A Fenavega terá uma reunião nesta terça-feira, 26, com representantes da ANA para discutir sobre os novos projetos de geração de energia no País. “Vamos pedir que, ao conceder outorga a novos consórcios, a ANA garanta um nível de água que não comprometa as atividades da hidrovia e que se cumpra a lei de uso múltiplo das águas”, declarou o presidente da Fenavega.
Em razão do feriado do aniversário da cidade de São Paulo, não foi possível consultar um porta-voz do Departamento Hidroviário do Estado de São Paulo.
Autor: Estadão Conteúdo