Será inaugurado hoje, 14 de setembro, o Núcleo de Microscopia Eletrônica da Coppe/UFRJ.
Será o mais avançado laboratório do Brasil destinado à caracterização de materiais de engenharia e bioengenharia.
O novo laboratório reúne equipamentos de última geração, como microscópios eletrônicos de transmissão e de varredura, com resolução atômica, que são capazes de mapear a composição química dos materiais, identificando o átomo e sua posição relativa, e de efetuar a reconstrução tridimensional de fases e precipitados. Os equipamentos possibilitam estudar materiais em escala nanométrica.
“Um importante diferencial do laboratório é sua capacidade de realizar esse mapeamento em alta velocidade, devido à configuração do microscópio de transmissão, que possui quatro detectores de raios X inseridos em sua coluna. Uma análise que antes era feita em seis horas poderá ser realizada em alguns minutos,” explica o professor Luiz Henrique de Almeida.
Blocos inerciais
Para que os resultados dos ensaios sejam precisos e não sofram interferências do ambiente externo, eles foram instalados sobre dois blocos inerciais, um pesando 54 toneladas e outro 80 toneladas, completamente independentes da estrutura do prédio, que possui 205 metros quadrados.
Estes blocos de granito garantem que mesmo vibrações externas mínimas, de alta ou de baixa frequência, não afetem os microscópios. Além disso, para garantir a estabilidade térmica do ambiente as salas tiveram um tratamento de isolamento térmico especial e foi instalado um sistema de ar condicionado, com estabilidade de 0,2º C/h e baixa velocidade de sopro.
Ao todo, foram investidos R$ 7,3 milhões na aquisição dos equipamentos e na construção do prédio do Núcleo. Já está prevista uma segunda fase da construção, na qual será erguido um prédio anexo, estruturalmente independente, que abrigará laboratórios de preparação de amostras, sala de computadores para acesso remoto e secretaria.
De catalisadores a supercondutores
Os ensaios realizados no novo laboratório contribuirão para avanços em diferentes áreas do conhecimento.
Já estão programados testes no desenvolvimento de materiais para a fabricação de ligas mais resistentes e com melhor desempenho para o refino de petróleo. Essas ligas poderão ser utilizadas em fornos de reforma, em temperaturas mais altas e durante mais tempo, evitando acidentes, diminuindo as paradas para manutenção e, consequentemente, reduzindo custos. Esses avanços poderão resultar na redução de metais pesados e, consequentemente, na diminuição da poluição.
Outro projeto envolve o desenvolvimento de novos materiais, como nanotubos e grafenos.
Também está previsto o desenvolvimento de novos polímeros e catalisadores, avanços no estudo de compostos que possibilitam o armazenamento do hidrogênio – úteis no desenvolvimento de células a combustível – e de novos materiais supercondutores.
Autor: Coppe