Leia abaixo entrevista com o Eng. Carlos Cotta Rodrigues, coordenador da Divisão Técnica de Engenharia de Incêndio. Cotta participou da sétima edição dos Caminhos da Engenharia Brasileira, que abordou o tema sobre a proposta de atualização do decreto e instruções técnicas do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo
Quais alterações na Regulamentação do Decreto Estadual 56819/2011 do Corpo de Bombeiros de São Paulo a Divisão Técnica está propondo?
Estamos apresentando propostas para mudanças no Decreto Estadual 56819/2011 do Corpo de Bombeiros de São Paulo, bem como de suas Instruções Técnicas, que são 44 até o momento. Da mesma forma, solicitamos a criação de mais uma Instrução Técnica relacionada com “Inspeções, manutenções e testes de sistemas de segurança contra incêndio”. Cabe esclarecer que 16 estados de nossa federação copiam os textos elaborados pelo Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo.
Entregamos nosso trabalho para o Comandante do Corpo de Bombeiros de São Paulo, Coronel Aurélio, no dia 29/05/2015 com a presença da vice-presidente do Instituto de Engenharia, Miriana Marques, sendo que foi-nos solicitado, posteriormente, pelo Chefe do Departamento Estadual, envio do texto em arquivo eletrônico. Conversaremos com o Coordenador do CB-24, da ABNT, engenheiro Tomina, para a criação de uma nova NBR de “Inspeção, manutenção e testes de sistemas de segurança contra incêndio” com base na NFPA-25, cuja coordenação poderá ser do próprio IE. Sabemos que existem muitos profissionais capacitados no IE para apoiar tal elaboração de NBR.
Fale sobre o texto que está em tramitação no senado.
Houve uma mudança no Senado e o relator anterior assumiu um dos ministérios. Estamos aguardando o nome do novo relator para sabermos quais os próximos passos do texto que elaboramos e entregamos no ano passado. Estamos conversando com o vice-presidente da “Frente Parlamentar de Segurança Pública”, Deputado Olímpio, para que nosso texto, da mesma forma, seja desenvolvido naquela Casa.
Comente sobre a reunião do CREA para elaboração de cursos no Instituto de Engenharia.
O Corpo de Bombeiros passará a exigir, no novo Decreto, o cadastramento de profissionais, sendo que esse é um importante passo para a capacitação profissional. O CREA, por meio de seu vice-presidente, afirmou que um de seus objetivos é a capacitação profissional e o IE poderia ser um dos parceiros. Para que isto se concretize, estamos conversando também com a Society of Fire Protection Engineering – SFPE – uma das entidades mais respeitadas no mundo na área de segurança contra incêndio que, aparentemente, tem interesse de criar um chapter no IE.
Assim, tentamos trazer cursos de especialização nas mais complexas áreas de engenharia (controle de fumaça, chuveiros automáticos e detecção de incêndio). Da mesma forma, conversaremos com a Universidade de Maryland para desenvolvimento de outros cursos.
Para entender a importância disso, a Universidade de São Paulo está conversando com a Universidade de Maryland para a criação de um curso de Engenharia de Incêndio. O foco do IE é diferente do da USP, com objetivo de capacitar e especializar constante e modularmente (cursos específicos de resposta rápida, mas contínua, com base nas evoluções das normas internacionais e nacionais). A capacitação desses profissionais poderá ser internacional (se criarmos o chapter Brasil do SFPE no IE).
Nosso objetivo é que o IE seja referência mundial na área de segurança contra incêndio.
Conte como foi a reunião com a Society of Fire Protection Engineering – SFPE.
Como afirmado acima, estamos conversando com a SFPE e Universidade de Maryland, mas também estamos tratando com o maior laboratório do mundo – a Underwrite Laboratories -UL, sendo que os primeiros passos foram dados. Marcamos uma reunião com eles e o Comandante do Corpo de Bombeiros, bem como representaremos o IE em uma palestra, quando abordaremos o tema “Certificação de produtos de segurança contra incêndio”.
Existirão novas oportunidades de trabalho para engenheiros de incêndio com esses convênios e a criação desse curso?
Nossa proposta de trabalho no IE sempre foi o da capacitação profissional e a criação da profissão de Engenheiro de Incêndio. Por isso, nosso trabalho de apresentação de textos no Decreto Estadual do Corpo de Bombeiros. Sempre abordamos que não existirá adequada gestão de segurança contra incêndio no País se não houver capacitação profissional; certificação de produtos; credenciamento de empresas instaladoras; comissionamento de obras, manutenção inspeção e testes constantes dos sistemas instalados, e estatística.
Esse é o mote da Divisão Técnica de Engenharia de Incêndio, bem como a base de todos os nossos trabalhos e propostas, quer seja para o Corpo de Bombeiros, quer seja no Congresso.
Somente teremos bons profissionais se tivermos excelência nos cursos. Por isso, antes da criação da profissão, teremos que treinar o máximo de engenheiros possível (e bombeiros), para que possam responder adequadamente à demanda. Somente excelentes cursos poderão atrair tais profissionais (engenheiros e arquitetos) e, portanto, estamos sempre procurando aliados expressivos e respeitados no mundo, tais como NFPA, UL, Universidade de Maryland e SFPE. Entendemos que o IE somente tem a ganhar com tais parcerias, permanecendo à frente de qualquer outra entidade.
Pretendemos com tais parcerias que o IE seja o celeiro desses excelentes profissionais, bem como o Centro de formação Internacional na área de Engenharia de Incêndio.
*Gostaríamos de lembrar que são sempre bem-vindos os projetos de todas as Divisões Técnicas do IE.
Autor: Instituto de Engenharia