8 pontes que desafiam a engenharia

A Rolling Bridge, em Londres, enrola para dar passagem a barcos

Aqui estão oito das mais incríveis pontes projetadas e instaladas ao redor do mundo neste início de século 21. 

Rolling Bridge, Londres
O designer britânico Thomas Heatherwick, responsável por ter reprojetado o icônico ônibus de dois andares de Londres, é também o autor desta inusitada ponte, instalada em 2004 em Paddington Basin, um complexo de canais no oeste da cidade. 

Uma série de cilindros hidráulicos permite que a estrutura se enrole sobre si mesma, como um caracol, dando acesso aos barcos que passam pelo local. E depois, se desenrole, estendendo a passagem aos pedestres. 

Segundo Heatherwick, seu objetivo foi fazer do movimento o aspecto extraordinário da ponte. 

“Normalmente, uma estrutura levadiça possui um elemento rígido que se abre em duas partes pelo centro. Já a Rolling Bridge funciona também como uma atração em si mesma, servindo como uma escultura circular quando está enrolada”, explica o designer.

Henderson Waves, Cingapura

A mais alta ponte para pedestres em Cingapura foi construída para unir dois parques do sul da ilha. Inaugurada em 2008, foi projetada pelos escritórios de arquitetura IJP Corporation, do Reino Unido, e RSP, de Cingapura. 

Sete reforços feitos em aço retorcido criam um aspecto ondulado ao longo dos 274 metros da ponte, oferecendo refúgios com bancos, onde os pedestres podem parar para se sentar. 

High Trestle Tail Bridge, Iowa, Estados Unidos

Antigamente parte de uma ferrovia, a estrutura sobre o rio Des Moines foi reinaugurada em 2011 como parte de uma trilha turística de 40 quilômetros. 

A ponte se estende por quase 800 metros, tem 40 metros de altura e se apoia sobre uma série de pilastras de concreto que ficaram conhecidas como “o Stonehenge de Iowa” quando a plataforma original foi removida. 

O estúdio do designer americano David Dahlquist criou 41 quadrados de aço que foram posicionados em diferentes angulações ao longo da ponte para simular a visão que se tem de dentro de uma mina, em uma referência ao passado minerador da região.

Ponte de Lingzidi, Shangzhou, China

Os arquitetos Joshua Bolchover e John Lin, de Hong Kong, fundaram a ONG Rural Urban Framework para tentar combater problemas sociais causados pelos grandes projetos de infraestrutura da China. 

Na província de Shaanxi, no sul do país, a construção de uma nova autoestrada resultaria na destruição de centenas de pontes locais. 

A ponte de Lingzidi foi concluída em 2012 e projetada para facilitar o trânsito sobre o rio que passa perto do vilarejo de mesmo nome. 

Uma curva liga dois níveis das margens do rio, permitindo que os moradores locais continuem usando o local para pescar, lavar roupa ou nadar. Outro ramal atravessa o rio, ligando o vilarejo a uma fazenda onde muitos trabalham. 

“Apesar de sua escala pequena, esta ponte é uma ligação crucial para a economia local”, afirmam os arquitetos. “Ela incentiva os moradores a manter e melhorar suas atividades em vez de dependerem do dinheiro enviado pelos jovens que deixaram o vilarejo e trabalham em fábricas em outros lugares da China.” 

Ponte Moisés,Fort de Roovere, Holanda

Os arquitetos holandeses do escritório RO&AD são mestres em criar estruturas em fossos e buracos. Recentemente, eles instalaram uma ponte submergível no sul da Holanda. 

Feita de madeira à prova d’água e com uma beirada quase nivelada com a superfície do rio, ela divide as águas para os pedestres passarem – daí seu nome inspirado na figura bíblica de Moisés. 

A ponte é praticamente uma ilusão de óptica, pois é invisível à distância e se torna uma trincheira quando vista de cima. Mas a sensação de passar por ela é diferente de tudo o que já se experimentou.
Mesmo quando o nível das águas sobe, os visitantes ficam secos, já que um sistema de bombas retira o excesso de água.

Fan Bridge, Londres

Dez anos depois da Rollling Bridge, as pessoas que moram e trabalham em Paddington Basin, no leste da capital britânica, ganharam uma nova e inventiva estrutura. 

Esta ponte tem sua base em uma das margens de um canal e se abre sobre ele como um leque, estendendo-se para os pedestres. O mecanismo conta com alavancas hidráulicas que dão a ela um aspecto de escultura em movimento. 

Os autores do projeto são os escritórios britânicos de arquitetura e engenharia Knight Architects e AKT II. Para eles, “um design bonito e eficiente de uma ponte deveria satisfazer tanto a análise artística quanto científica”. 

Melkwegbridge, Purmerend, Holanda

Concluída em 2012, esta ponte atravessa um canal nesta pequena cidade do norte da Holanda. 

A estrutura é, na realidade, formada por duas pontes. Uma é um arco que atinge 12 metros acima da superfície da água, permitindo a passagem de barcos e oferecendo aos pedestres uma vista panorâmica da cidade. 

Já a plataforma inferior tem uma suave inclinação para dar acesso a cadeiras de rodas e bicicletas, e se abre ao meio quando um barco se aproxima. Segundo seus arquitetos, do estúdio holandês NEXT, a ponte é mais do que uma possibilidade de cruzar rapidamente o canal. “Ela própria já é uma atração”, afirmam. 

Ponte Simone de Beauvoir, Paris

Os arquitetos do estúdio do austríaco Dietmar Feichtinger têm bastante experiência com pontes: além de uma sobre o rio Ródano, em Lyon, e um dique que leva ao Mont Saint-Michel – ambos na França -, eles criaram a Ponte da Borboleta, em Copenhague, que se abre de três formas. 

A Ponte Simone de Beauvoir, em Paris, foi inaugurada em 2006, e suas passarelas entrelaçadas permitem o acesso sobre o Sena por cima das movimentadas avenidas nas margens do rio.
Cinco passarelas ligam as diferentes alturas das margens, dando acesso ao um parque. No centro da ponte, uma área coberta oferece sombra e abrigo da chuva.

Autor: BBC