Os planos para abrir a primeira mina do mundo no fundo do oceano estão significativamente mais próximos de se tornarem realidade.
Uma empresa de mineração canadense concluiu um acordo com o governo de Papua Nova Guiné para começar a minerar uma área no fundo do mar.
O projeto polêmico pretende extrair minérios de cobre, ouro e outros metais valiosos de uma profundidade de 1.500 metros.
Enquanto muitos apontam para os “tesouros minerais” no fundo do mar, ambientalistas dizem que a mineração no fundo do oceano será devastadora, causando danos duradouros à vida marinha.
A mineração normal causa danos localizados ao meio ambiente, mas há legislação em todos os países para controlar esses impactos.
Só recentemente a ONU publicou as primeiras regras para tentar normatizar a mineração no fundo do mar.
Minérios submarinos
A mina terá como alvo uma área de fontes hidrotermais onde águas superaquecidas e altamente ácidas emergem do fundo do mar e encontram a água muito mais fria e alcalina do oceano, forçando-a a depositar altas concentrações de minerais.
O resultado é que o fundo do mar na região está coberto de minérios que são muito mais ricos em ouro e cobre do que os minérios encontrados nas minas terrestres, sejam superficiais ou subterrâneas.
Durante décadas, a ideia de minerar esses depósitos – assim como os nódulos ricos em minerais encontrados mais espalhados pelo fundo do mar – tem sido inviabilizada por causa do desafio de engenharia e dos altos custos.
Mas o boom nas operações de petróleo e gás nas últimas décadas levou ao desenvolvimento de uma série de tecnologias avançadas que permitem a exploração em grandes profundidades, ao mesmo tempo em que uma demanda aquecida por metais valiosos tem feito os preços globais das commodities minerais disparar.
A empresa Nautilus Minerals tem estado de olho nos minérios do fundo do mar ao largo de Papua Nova Guiné desde os anos 1990. O projeto ficou parado não por questões técnicas, mas devido a desentendimentos com o governo daquele país.
Segundo o acordo assinado agora, o governo de Papua Nova Guiné terá uma participação de 15% na mina oceânica, contribuindo com US$ 120 milhões para cobrir os custos da operação.
Primeira mina no fundo do mar
A mina, conhecida como Solwara-1, será escavada por uma frota de máquinas robóticas controladas a partir de um navio na superfície.
O plano consiste em quebrar a camada superior do fundo do mar de modo que o minério possa ser bombeado para cima como uma lama.
Para quebrar as rochas e raspar o fundo do mar será empregada a maior máquina da mina, um triturador pesando 310 toneladas, que trabalhará 24 horas por dia.
De acordo com a Nautilus, a mina terá um impacto ambiental mínimo, o equivalente a cerca de 10 campos de futebol e com foco em uma área que é suscetível de ser rapidamente recolonizada pela vida marinha.
Mas esta será a primeira tentativa de extrair minério do fundo do oceano, de modo que a operação – e as garantias da empresa sobre os impactos – serão vigiados de muito perto.
Autor: BBC