A Fórmula E vai começar em setembro de 2014, em Londres, com corridas em outras nove cidades, incluindo Rio de Janeiro, Pequim e Los Angeles. [Imagem: FIA]
A Fórmula 1 deve ganhar em breve uma versão com carros elétricos – a Fórmula E.
A FIA, órgão que controla o automobilismo mundial, pretende lançar o campeonato de Fórmula E no ano que vem.
Os carros de corrida elétricos terão suas baterias recarregadas continuamente por sistemas sem fio e contarão ainda com tecnologia de realidade aumentada.
A categoria já vem realizando testes com seus carros, com o brasileiro Lucas di Grassi como piloto. Outro piloto brasileiro, Gil de Ferran, foi apontado como embaixador da categoria.
O recorde mundial de velocidade de um carro elétrico já pertence a uma das equipes inscritas na Fórmula E, a Lola Drayson.
Analistas avaliam que a competição poderá ajudar a melhorar a percepção do público em relação aos carros elétricos.
A FIA diz que a intenção do campeonato será garantir o entretenimento do público e também promover a tecnologia dos veículos elétricos.
“Faremos com que as pessoas fiquem mais propensas a comprar um carro elétrico, mas isso levará tempo – cinco ou dez anos”, afirmou o presidente-executivo da Fórmula E, Alejandro Agag.
O brasileiro Lucas di Grassi é o piloto de testes da Fórmula E. [Imagem: FIA]
Fórmula E
A Fórmula E vai começar em setembro de 2014, em Londres, com corridas em outras nove cidades, incluindo Rio de Janeiro, Pequim e Los Angeles.
Dez equipes, cada uma com dois pilotos, competirão entre si em corridas de uma hora.
A FIA anunciou nesta semana um acordo de patrocínio com a fabricante de chips para smartphones Qualcomm, que fornecerá, além de um valor não revelado, a tecnologia de recarga das baterias e de realidade aumentada para a nova categoria.
Entre os produtos que a Qualcomm pretende oferecer está uma tecnologia de reabastecimento sem fio, chamada Halo.
A tecnologia, desenvolvida pelo laboratório da empresa em Londres, cria um campo eletromagnético usando uma plataforma de cobre enterrada no chão.
Esse campo é captado por uma bobina instalada no veículo, que o converte em eletricidade para carregar uma bateria.
A equipe britânica de Formula E Drayson Racing Technologies já testou uma versão customizada do Halo como forma de carregar seus veículos quando eles estão parados.
Porém, a intenção é usar a tecnologia para recarregar somente o carro de segurança das competições no primeiro ano, para depois estendê-la para os demais carros no segundo ou terceiro ano.
Com o tempo, segundo a Qualcomm, várias plataformas poderiam ser instaladas nos locais de competição para permitir o “carregamento dinâmico”, ou seja, a habilidade de reabastecer os carros em movimento, ajudando-os a completar a corrida no menor tempo possível.
O Lola B12 69/EV atingiu uma velocidade de 328,6 km/h, batendo o recorde mundial de velocidade da categoria. [Imagem: Lola Drayson]
Realidade aumentada
A Coreia do Sul já lançou algo semelhante, usando uma tecnologia local semelhante para recarregar ônibus elétricos em determinadas rotas.
Ônibus elétricos sem fios começam a rodar na Coreia
Porém esses esquemas são caros, e a FIA reconhece que a competição terá que se mostrar popular para levantar os recursos necessários para pagar pela instalação dos sistemas de recarregamento.
A Qualcomm também pretende ajudar a desenvolver sistemas telemétricos usados nas corridas. “Pressão dos pneus, motores, combustível, fluido de freio, velocidade, torque – todo tipo de coisas pode ser monitorado a cada nanossegundo”, explica Anand Chandrasekher, diretor de marketing da empresa.
Segundo ele, as informações também poderão ser vistas pelo público por meio de um software de realidade aumentada, permitindo aos espectadores observar o carro de sua preferência mesmo que edifícios ou objetos obstruam sua visão simplesmente usando seus smartphones ou tablets para tornar o veículo visível.
Autor: BBC