No dia 5 de agosto último, em matéria paga de página inteira publicada na Folha (onde eu li), intitulada “ HIDRELÉTRICA COM RESERVATÓRIO- A fonte de Ilusão” o Greenpeace contesta que o ”preço” destes equipamentos não “contabiliza o custo real para as pessoas, a biodiversidade e o clima do planeta” e que “também não considera que , quando há vontade e incentivo, outras fontes podem ser igualmente competitivas. É o caso da energia eólica, que ficou muito barata nos últimos anos – tanto quanto as hidrelétricas”, salienta.
Acrescenta ainda que “as hidrelétricas não garantem a segurança energética que o sistema precisa para não sofrer com as secas provocadas pelas variações climáticas”, uma vez que “vento, sol e biomassa podem operar em um regime complementar ao das hidrelétricas atuais, (sic) para gerar energia durante o período seco e manter a oferta sem parar”.
Finaliza dizendo que “energia é importante para o Brasil” sendo “possível conciliar o aumento da oferta com o cuidado com o meio ambiente” acabando em seu texto por hierarquizar as hidrelétricas em uma escala de sustentabilidade apenas em condição inferior ao das termelétricas à carvão devido a geração de “impactos à população e a floresta”.
Ao enfatizar que “as hidrelétricas não garantem a segurança energética que o sistema precisa para não sofrer com as secas provocadas pelas variações climáticas”, o Greenpeace se esquece que são justamente eles e outras ONGs os responsáveis por esta insegurança , uma vez que propugnam por meio de campanhas e litigâncias de má-fé no âmbito do judiciário e do Ministério Público a não implantação destes indispensáveis reservatórios de acumulação absolutamente necessários para fazer frente aos períodos secos.
Por outro lado, ao defender a energia eólica como fonte complementar ao das “ hidrelétricas atuais” (que aliás possuem reservatórios) também não se lembram da sazonalidade dos ventos, os quais infelizmente não podem ser acumulados em reservatórios como é o caso da água.
Na realidade, todas as fontes de energia são indispensáveis ao sistema elétrico brasileiro que para ser realmente sustentável e operar com segurança devem sim contar com hidrelétricas dotadas de reservatórios de acumulação, ao contrário do que julga correto o Greenpeace.