Arranha-céus são símbolos da plenitude econômica desde que Daniel Burnham, o arquiteto por trás de alguns dos primeiros prédios altíssimos, disse “Não faça planos pequenos; eles não têm poder para agitar o sangue dos homens.” Mas é possível que esses altos edifícios também precipitem crashes econômicos? De acordo com um analista, sim. E a China, em particular, caminha para uma recessão.
O conceito é chamado Índice de Arranha-céus, e recebeu este nome em um artigo de 1999 do economista Andrew Lawrence, que mostrou como a construção de arranha-céus recordistas está correlacionada com recessão econômica. É uma ideia bem simples: com as taxas de juro em queda, a construção de espaços para escritórios aumenta para acomodar a expansão das empresas. Fica mais barato construir, então os projetos ficam cada vez mais altos. Finalmente, quando o boom atinge seu pico, o mercado saturado e o temor de uma bolha faz tudo paralisar.
Gráfico por Bloomberg Businessweek.
E, como Lawrence provou, o índice se mantém há anos. No início de 1900, o Pânico de 1907 coincidiu com a construção de duas torres altíssimas. O padrão continuou, com o Empire State Building sendo inaugurado pouco antes do crash de 1929, que gerou a Grande Depressão. O World Trade Center original ficou pronto pouco antes do Crash do Mercado de Ações de 1974, e ainda temos o Burj Khalifa e dezenas de outros prédios altíssimos. Meta-análise de 2011 colocou em questão a ideia de existir uma correlação real entre os fatos, mas confirmou que a altura dos prédios e o crescimento econômico estão relacionados.
A mente por trás do índice, Lawrence, esteve nos noticiários novamente recentemente defendendo que a China está à beira de um desaceleramento econômico. De acordo com o economista, projetos de arranha-céus como o Sky City, que pode ser o prédio mais alto do mundo quando ficar pronto, profetizam uma recessão. Em entrevista à CNN, Lawrence (que agora faz parte de uma empresa de pesquisa de propriedades na China e em Hong King chamada CIMB Group) disse o seguinte:
A China vai construir cerca de 40% dos maiores arranha-céus do mundo nos próximos 4 anos então obviamente entrará em uma bolha da construção… o Índice tem uma correlação de 150 anos entre os maiores edifícios do mundo e recessões econômicas. Para a China, não há motivo para a correlação mudar.
A China recentemente teve um mês mais lento – mas, até agora, não há um indicativo real de que eles estão prestes a cair.
Autor: GizModo