Até dia 20 de fevereiro, a UnB vai inaugurar a primeira estação fora da Rússia do sistema russo de monitoramento e correção diferenciada, que integra o Global Navigation Satellite System (Glonass).
Essa rede de informações é semelhante ao Global Positioning System (GPS) e serve para localizar posições na superfície terrestre utilizando 24 satélites espalhados pela órbita da Terra.
A instalação da base na UnB beneficiará pesquisas na área aeroespacial, desenvolvidas nos laboratórios de Automação e Robótica (LARA) e de Biomédica (LAB) da UnB.
A base russa na UnB é parte de uma parceria entre a Agência Espacial Russa (Roscosmos), a Agência Espacial Brasileira (AEB) e a Universidade. O acordo de cooperação entre as agências foi firmado em fevereiro de 2012.
10 vezes melhor
José Montserrat Filho, físico e chefe da Assessoria de Cooperação Internacional da AEB foi responsável pela aproximação com a Universidade. O físico conhecia o trabalho desenvolvido pelos professores Ícaro dos Santos e Geovany Borges, ambos do Departamento de Engenharia Elétrica da UnB.
“Isso chamou a nossa atenção. Fomos muito felizes em colocar em prática esta parceria com a Universidade de Brasília”, disse Gennady Saenko, vice-representante no Brasil da Roscosmos.
Para Ícaro dos Santos, coordenador do LAB, quando o projeto estiver concluído, em 2020, a precisão dos cálculos de posicionamento no planeta será melhorada em até 10 vezes.
“Teremos acesso aos dados brutos fornecidos pela estação. Assim, serão beneficiadas todas as nossas pesquisas sobre navegação de robôs, foguetes e veículos aéreos não tripulados, por exemplo”, disse Ícaro.
Engenharia de precisão
Três especialistas russos vieram a Brasília instalar a estação no telhado do novo prédio do Centro de Processamento de Dados (CPD).
O equipamento trazido da Rússia conta com uma antena e dois racks com processadores, um para receber o sinal e outro para transmitir informações para sede do projeto a Rússia.
Até 2020, a Roscosmos espera ter 56 estações semelhantes a esta que está sendo montada na UnB. Outras 22 estações iguais às da UnB já funcionam em território russo, uma delas na Antártida.
Ivan Revnivykh, líder de engenharia da JSC Russian Space Systems, garante que o projeto facilitará qualquer engenharia de precisão, do atracamento de navios à construção de estradas e prédios, todos voltados para fins civis.
“Até o momento, temos excelente cobertura nos pólos norte e sul. As novas estações fora da Rússia precisam ser em regiões relativamente próximas à Linha do Equador, como aqui em Brasília”, explica.
Além do tradicional GPS, dos Estados Unidos, e do Glonass russo, a Europa está criando seu próprio sistema, chamado Galileu, enquanto a China está criando o sistema Beidou.
Autor: Secretaria de Comunicação da UnB