Mais de três anos depois de o governo paulista anunciar a criação de uma área pública de lazer e esportes ao longo do rio Pinheiros, o Parque Linear Pinheiros ainda não saiu do papel.
O local, desenhado para ter 25 km de extensão entre a marginal e o leito do rio, está em análise técnica e financeira. Não há prazo para o início.
Quando foi anunciado, o então governador José Serra (PSDB) disse que o projeto ajudaria também no combate às enchentes.
Dividido em módulos, o local pretende se integrar a outros parques, como o Burle Marx, Villa-Lobos e do Povo.
Pelo projeto, o espaço teria equipamentos de lazer, 50 km de ciclovias, pista de caminhada e prédios de apoio, com restaurantes e banheiros. Também ganharia passarelas para que pedestres e ciclistas pudessem transitar entre os dois lados do rio.
ÁREA VENDIDA
Em janeiro de 2011, a estatal Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia), dona do terreno, vendeu 15 mil m² (equivalente a metade do parque Buenos Aires) no bairro Cidade Jardim à empresa JHSF, por R$ 16,1 milhões, em licitação pública. Desta área, segundo a Folha apurou, cerca de 2.000 m² seriam parte do parque.
A Emae não informou quanto da área estava destinada ao parque, mas diz que o local vendido representa uma porção “ínfima” do total.
A venda foi feita, afirma, por decisão “administrativa”, uma vez que a área não tinha mais funções operacionais.
No terreno, diz a Emae, estava previsto um prédio administrativo. Pelo projeto, haveria ali um acesso público e uma travessia de pedestres.
A Folha apurou que a JHSF propôs ao governo viabilizar o parque entre as pontes Cidade Jardim e Morumbi. O acordo está em andamento.
A obra da JHSF -um complexo de escritórios, hotel e shopping- está prevista para ter 33 andares, dois subsolos e 2.500 vagas na garagem.
Duas associações de moradores acionaram o Ministério Público para apurar possíveis problemas. Elas alegam que a obra causará impacto no trânsito e a derrubada de vegetação, o que a JHSF nega.
Autor: Bol