Recentemente, em um encontro com o atual presidente do CONFEA, fomos convidados para desenvolver o temário e organizar dois painéis de debates na próxima SOEA – Semana Oficial da Engenharia e Agronomia, a se realizar em Brasília, no mês de novembro vindouro. Assim, pudemos propor que o Instituto de Engenharia leve a público, ora em âmbito nacional, dentro de um evento de grande repercussão que é a SOEA, o atualíssimo assunto da segurança jurídica dos contratos de engenharia, para o quê contatará com a inestimável colaboração do Sinicesp, entidade co-irmã em muitas iniciativas desta casa.
O segundo assunto será expormos as discussões fundamentais que o Instituto de Engenharia tem promovido no ciclo de debates dos “Caminhos da Engenharia Brasileira”. Em outubro de 2011, foram debatidos os aspectos gerais dos problemas brasileiros atinentes à Inovação e Tecnologia, à Sustentabilidade, à Logística e à Adequação do Ensino da Engenharia. No segundo evento, em março de 2012, foi analisada a questão do Conteúdo Nacional, para melhor orientarmos os princípios a adotar na prática mercadológica da engenharia. No terceiro evento, realizado em agosto de 2012, foi abordada a questão essencial da energia elétrica, como elemento fundamental da produção e infraestrutura nacional.
No entanto, depara-se com o mais pujante setor da economia brasileira: o agronegócio, que tem sustentado há muitos anos os superávits da nossa balança comercial. Trata-se de atividade de engenharia, que embora pouco debatida no IE, se impõe como força econômica a ser atentamente trazida aos nossos debates. Não se trata apenas da Agronomia ou da Agricultura. Este setor abrange extensa rede de atividades de engenharia, dentre as quais são flagrantes a logística, as vias de comunicação e transporte, os equipamentos agrícolas, a energia combustível e elétrica, o saneamento rural, a sustentabilidade ambiental, a indústria química e de conservação, a engenharia econômica e de mercado, a informática, tudo isto como apoio à atividade fim que é a produção de alimentos.
O conceito de “agronegócio”, foi proposto no final da década de 1950, abrangendo a produção, processamento e distribuição de insumos e produtos agrícolas. A agricultura passou a ser um item essencial, porém inserido em uma cadeia sistêmica de atividades e agentes econômicos.
O agronegócio hoje representa mais de 40% do PIB nacional e tem dado grande contribuição às exportações de commodities e produtos agro-industriais. O Brasil caminha para se tornar uma liderança mundial no agronegócio e para se consolidar nessa atividade é preciso ampliar sua competência para atuar de modo eficiente no controle das cadeias de produção agropecuária de modo a garantir qualidade e segurança dos produtos e das cadeias de produção. Já exportamos hoje para 180 países.
Por isso, contatamos a diretoria da Associação Paulista de Engenheiros Agrônomos buscando uma parceria com o Instituto de Engenharia, para um exame amplo do tema. Tal proposta foi calorosamente aceita, e a APEA não somente se dispôs a participar ativamente do próximo evento dos “Caminhos da Engenharia Brasileira”, programado para fins de outubro próximo, com o tema “A engenharia aplicada ao agronegócio”, como também se dispôs a estudar uma parceria eficaz de atuação conjunta, agregando esforços a uma divisão técnica do IE, para debates permanentes sobre os problemas e soluções do setor.