Lançados em 1977 em uma viagem prevista para alcançar os planetas externos do Sistema Solar, as naves gêmeas Voyager I e II tiveram suas trajetórias orientadas na direção geral do movimento do Sol, relativamente às próximas estrelas. Trinta e cinco anos depois, a Voyager I parece estar atingindo a fronteira da Heliosfera e o espaço interestelar.
A Heliosfera pode ser caracterizada como o domínio espacial do Sol, aonde prevalecem os ventos solares e o campo magnético solar e que estende –se por muito além da órbita de Plutão. Porém estes efeitos declinam com o afastamento do Sol. Como caracterizar esta fronteira?
Mesmo após todos estes anos e a distância percorrida, alguns instrumentos da Voyager I estão funcionando com perfeição, e têm enviado dados extremamente valiosos. É o caso das medições de raios cósmicos que incidem na espaçonave, como no gráfico acima.
Algo extraordinário está acontecendo: um súbito aumento da detecção destes raios cósmicos energéticos aconteceu no mês de maio. A corrente de partículas de alta energia que atravessa o espaço interestelar, acelerado por alguma supernova distante na nossa galáxia, é geralmente desviada ou amortecida pela Heliosfera. No entanto, um dramático aumento na taxa de partículas de raios cósmicos, detectada pode indicar que a nave Voyager I tenha atingido esta fronteira, tornando-se assim o primeiro engenho humano a sair fora do sistema Solar e entrar no reino estelar!
Atualmente, a Voyager encontra-se a 18 bilhões de quilômetros ou a 17 horas luz do Sol.
Autor: Apod