O Brasil já ocupa a quarta posição no ranking mundial de construções sustentáveis, de acordo com o órgão internacional Green Building Council (GBC, conselho de construções verdes, em tradução livre).
O Brasil “começa a despontar como um dos países líderes desse mercado, que vem crescendo muito nos últimos anos”, disse à Agência Brasil o gerente técnico do GBC Brasil, Marcos Casado.
O primeiro prédio sustentável brasileiro foi registrado em 2004. De 2007 até abril de 2012, o Brasil registra um total de 526 empreendimentos sustentáveis, sendo 52 certificados e 474 em processo de certificação no GBC.
Desde agosto do ano passado, vem sendo registrado pelo menos um projeto por dia útil no Brasil, buscando certificação. Marcos Casado estima que até o fim deste ano, o número de empreendimentos sustentáveis brasileiros em certificação alcance entre 650 e 700.
O ranking mundial é liderado pelos Estados Unidos, com um total de 40.262 construções sustentáveis, seguido pela China, com 869, e os Emirados Árabes Unidos, com 767.
Prédios verdes
Os chamados prédios verdes não têm, entretanto, nível de emissão zero de gás carbônico.
Em vários países do mundo, já existem prédios autossustentáveis, que geram a própria energia que consomem e neutralizam o carbono emitido. Essa tecnologia, entretanto, ainda não foi implantada no Brasil.
“A gente está caminhando para isso. Acredito que, em breve, em cinco ou dez anos no máximo, a gente vai estar com esses edifícios também no Brasil,” afirmou.
Mas há benefícios claros para moradores dos prédios sustentáveis, como uma redução média de 30% no consumo de energia e entre 30% e 50% no consumo de água.
Com isto, o custo operacional fica, em média, entre 8% e 9% mais barato do que em um prédio convencional.
Por outro lado, isso acaba resultando em apartamentos mais caros: “A contrapartida vem no custo operacional. Acaba sendo mais barata a operação e ele equilibra esse custo financeiro”.
Verde popular
O GBC Brasil está iniciando um trabalho com a Companhia de Desenvolvimento Urbano de São Paulo para incorporar o conceito de sustentabilidade também em construções populares.
Cobertura verde, aproveitamento da água pluvial, aquecimento solar e aumento do pé direito para melhoria do conforto são alguns dos itens em estudo. “Isso acaba
A construção de unidades habitacionais com aquecedor solar em todas as regiões do país, em empreendimentos que atendem a famílias com renda inferior a R$ 1,6 mil, é também um dos parâmetros adotados pelo Programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal.
Esses critérios atendem aos aspectos econômico, social e ambiental definidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) para a Conferência sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que será realizada em junho próximo, no Rio de Janeiro.
O programa governamental de habitação irá procurar ainda fazer a arborização dos empreendimentos na proporção de uma árvore por casa nos empreendimentos horizontais, e uma árvore por apartamento nos empreendimentos verticais.
Materiais insustentáveis
A Caixa Econômica Federal tem outro instrumento voltado à sustentabilidade, o Selo Casa Azul, que é voluntário, com 53 ideias sustentáveis que podem ser incorporadas ao projeto.
Mas quando o assunto é material sustentável, todo cuidado é pouco, alerta o gerente de Meio Ambiente da Caixa, Jean Rodrigues Benevides.
“É preciso considerar a durabilidade, a qualidade e o desempenho do material para a aplicação ao qual se destina. Muitas amostras de materiais chamados sustentáveis que recebemos nem sempre atendem aos requisitos mínimos básicos exigidos para garantir a qualidade e durabilidade da construção,” advertiu.
Autor: Agência Brasil