A partir de um sistema de gestão eficiente e inovador, a Construtora Camargo Corrêa conseguiu destinar à reciclagem 42% dos resíduos gerados em suas obras no ano passado. Ao todo, a empresa promoveu a reutilização de aproximadamente 56 mil toneladas de resíduos – materiais que, de outra maneira, seriam destinados a aterros ou a empresas licenciadas.
“Um dos grandes desafios do setor de construção pesada nos últimos anos é conciliar a execução de grandes projetos e empreendimentos com as condições que levem a um desenvolvimento sustentável. Foi pensando em vencer esse impasse que a Construtora Camargo Corrêa desenvolveu uma série de alternativas para buscar padrões sustentáveis de produção”, afirma Kalil Farran, gerente de Sustentabilidade da Camargo Corrêa.
Entre as ações adotadas pela empresa em seus canteiros estão a instalação de centrais de triagem e compostagem, de áreas especiais para armazenamento temporário dos resíduos, de coletores para coleta seletiva e parcerias com prefeituras e cooperativas de catadores, além de recolhimento de óleo de cozinha e tratamento dos efluentes das obras.
Na Usina Hidrelétrica de Jirau, localizada a 150 km de Porto Velho (RO), as dificuldades de logística e a oferta reduzida de empresas licenciadas que fazem a destinação dos resíduos fizeram com que a Camargo Corrêa optasse por tratá-los no próprio canteiro. Para isso, a empresa adquiriu equipamentos como o britador de resíduos para concreto, o picotador de madeira e o incinerador de resíduos perigosos. Isso é importante para não sobrecarregar os aterros existentes nas cidades onde estão as obras.
Outra ação desenvolvida pela área de meio ambiente da empresa é a Bolsa de Resíduos, sistema eletrônico desenvolvido que visa sistematizar o processo de gestão de resíduos. Por meio dele, as equipes de diversas obras podem informar em tempo real quais são os materiais que sobram e receber ofertas para sua comercialização, doação ou tratamento final. Entre os materiais cadastrados na Bolsa estão restos de óleo, bateria, pneus, papel, plástico, madeira, cinzas, concreto, sucatas metálicas e demais resíduos. Compradores e processadores distribuídos por todo o país, cadastrados e habilitados legal e ambientalmente, têm acesso aos resíduos e fazem a oferta online.
Em Jirau, por exemplo, são gerados 80 mil copos plásticos por dia. Por meio da Bolsa de Resíduos, a construtora encontrou uma empresa que busca os copos em Rondônia para reciclá-los em São Paulo. O Consórcio Refinaria do Nordeste (RNEST), em Pernambuco, passou a controlar e gerenciar todo o processo, que era terceirizado, proporcionando ganho ambiental. Já o consórcio Ferrosul investiu no âmbito social e toda a renda gerada com a comercialização dos resíduos sólidos será revertida em ações sociais. Na Páscoa deste ano, foi realizada a primeira ação com a renda da Bolsa de Resíduos: uma oficina de chocolate para 250 crianças carentes de Santa Helena do Goiás.
Até o final do ano, as mais de 20 obras da Camargo Corrêa estarão cadastradas na Bolsa de Resíduos. “O aumento da receita por meio da ação é uma consequência. Buscamos reduzir a geração dos resíduos, minimizar os custos e beneficiar tanto a obra quanto as comunidades do entorno”, explica Ricardo Sampaio Fernandes, coordenador de Meio Ambiente da construtora.
Segundo Fernandes, esse programa cria um diferencial competitivo no gerenciamento estratégico de resíduos nas obras, atende à nova Política Nacional de Resíduos Sólidos a partir da logística reversa, gera receita com a comercialização e reduz custo na destinação dos materiais a coprocessamentos.
Autor: Assessoria de imprensa