Desde a publicação do voo de Jarno no Giz, muitos especialistas, do cara dos Mythbusters a pilotos de avião e esportistas radicais com vasta experiência, entraram em contato questionando a veracidade do vídeo. Há argumentos sólidos que colocam o projeto contra a parede. Afinal, o feito do homem-pássaro é mito ou verdade?
O sonho de voar, mas de voar pra valer, com suas asas tal qual Ícaro (sem a parte de cair e morrer, claro), tem cadeira cativa no imaginário popular. Exatamente por isso o feito de Jarno Smeets, do Human Bird Wings, chamou tanto a atenção de gente muito fascinada com o voo do rapaz e, claro, gente cética que gosta de desvendar mistérios e trazer os fascinados de volta à realidade. Parece haver toques de computação gráfica no vídeo, e por mais que a gente torça para que esses caras estejam vendo chifre em cabeça de cavalo e o que a coisa toda tenha mesmo acontecido, são argumentos fortes o bastante para provar o contrário.
Um piloto de planador comenta aqui que uma asa delta precisa da força de 10 cavalos para voar e mesmo assim não chega nem perto de atingir a altura que o a essa altura suposto homem-pássaro atinge no vídeo. Outro, esse veterano com anos de experiência na pilotagem de aviões e no kiteboard, atenta ao fato de que as asas do homem-pássaro nunca ficam esticadas, estão sempre soltas, o que não condiz com a resistência necessária vista no kiteboarding — o material da asa de Jarno é feito do mesmo de uma pipa desse esporte.
Em outro pitaco, um engenheiro questiona, dessa vez, o centro gravitacional do homem-pássaro e o comportamento das suas pernas entre os 35s e 41s e aos 52s do vídeo. De fato, elas parecem bem… esquisitas ali.
Estranho, muito estranho.
O Giz americano levou o vídeo a Ryan Martin, diretor técnico da Industrial Light & Magic, divisão da Lucasfilm responsável por efeitos especiais. Martin soltou o vídeo para a galera que trabalha lá e a opinião foi unânime: é falso. Física impossível, tremidas e foco ruim (sinais de manipulação), rigidez no pescoço de Jarno e, novamente, a questão da (falta) de força no homem para levantar voo sem a ajuda de nada.
Para provarem melhor a opinião, a equipe analisou o vídeo e trouxe alguns detalhes intrigantes. A 1min45s, a câmera mostra as asas abertas, depois mira para o chão e volta. Ao retornar, as asas vistas são feitas por computação gráfica. Isso se nota por alguns detalhes geométricos nas asas que, antes da mudança na tomada, apareciam com bordas perfeitas e, depois, ressurgem meio borrados. Outra prova, uma bem visível? Aos 18s de vídeo as sombras das pessoas aparecem bem esquisitas — observe a do rapaz à direita, ela parece fazer um moonwalk sozinha.
É triste, mas parece que o homem-pássaro é fake. No site oficial do projeto ainda não pintou nenhuma atualização para rebater as críticas, mas estamos de olho por lá e assim que o não-mais-homem-pássaro se manifestar, contaremos a vocês.
Autor: GizModo