Tecnologia pode ajudar japoneses no caso de novos grandes terremotos

O Jornal Nacional apresenta, nesta semana, uma série especial sobre o que mudou no Japão desde o terremoto e o tsunami de quase um ano atrás. Nesta sexta-feira (9), o correspondente Roberto Kovalick mostra como a tecnologia pode ajudar no caso de um novo tremor muito forte.

O Telessar 5, um robô-avatar, uma espécie de duplicata de um ser humano não foge da raia! Tudo o que o operador faz o robô repete. Tudo que o robô vê o operador também enxerga, usando um capacete com imagens em três dimensões. As mãos do robô captam a textura, a forma e a temperatura de tudo o que tocam e transmitem a informação para as mãos do operador. É como se os dois tocassem os mesmos objetos.

Pesquisas como esta ganharam impulso depois do acidente nuclear da Usina de Fukushima. Em alguns locais, a contaminação é tão alta que seres humanos não podem entrar.

Ainda faltam alguns anos para o Telessar ficar pronto, mas o capacete já pode ser usado.

Em um conjunto de casas temporárias, os robôs são mascotes. Uma foca robótica reage aos carinhos, dando conforto e companhia aos desabrigados pelo tsunami. Para aqueles com dificuldade em andar, pernas robóticas ajudam a sair de casa e ter uma vida mais ativa. “É ótimo, eu me sinto mais leve”, diz uma mulher

Em março do ano passado, a tecnologia japonesa não conseguiu deter o tsunami, mas foi eficiente contra o terremoto. Em Sendai, a maior cidade atingida pelas duas tragédias, o prédio da prefeitura sofreu algumas rachaduras, mas ficou em pé graças a amortecedores instalados nas janelas.

Um funcionário conta que simulações feitas em computador mostram que, se não fossem os amortecedores, o sétimo e o oitavo andares teriam desabado. O equipamento funciona como um amortecedor de carro quando o motorista passa por uma estrada esburacada.

Uma tecnologia ainda mais avançada foi usada em uma ponte inaugurada em fevereiro. Para ver o que torna a ponte tão segura, é preciso descer para baixo da pista e seguir por um estreito andaime a mais de 40 metros de altura, até chegar ao vão central.

Nos dois maiores pilares da ponte, que ficam dentro da Baía de Tóquio, foi instalado o principal sistema antiterremoto. Ele tem duas partes: um bloco de borracha de 50 centímetros e, dentro dele, há duas placas que têm a função de compensar a força do tremor.

O engenheiro Koki Hosaka explica que o bloco de borracha faz a ponte voltar ao seu lugar. Já as duas placas formam o que os engenheiros chamam de “suporte deslizante”. Elas não ficam presas uma à outra. Quando ocorre um terremoto, a placa de baixo balança, acompanhando o pilar. Já a de cima desliza sobre a primeira, impedindo que o movimento seja transferido para a pista.

“Podemos garantir que essa ponte resistiria a todos os terremotos que possam acontecer em Tóquio”, diz o engenheiro.

O simulador mostra outro efeito do sistema: quando o carrinho está no solo, é jogado de um lado para outro pelo terremoto. Quando é colocado em cima da maquete, se move um pouco, mas não sai do lugar. É um alívio para os motoristas japoneses: se estiverem passando no local bem na hora de um terremoto, talvez nem percebam que a terra tremeu.

Autor: Site Jornal Nacional e You Tube