As dez “rodovias do futuro” menos plausíveis

Uma megaponte pelo estreito de Bering e uma estrada interplanetária gravitacional são apenas duas das “rodovias do amanhã” propostas por futurologistas. Deixe o hype de lado e confira estes dez projetos de infraestrutura que provavelmente nunca irão existir.

Ponte Lindenthal sobre o Rio Hudson 

Por que é inimaginável? Os urbanistas nova iorquinos, especialmente o mestre de obras da NY moderna, Robert Moses, costumavam ser um pouco obcecados por pontos. Não era apenas uma questão de transportar pessoas sobre corpos d’água, algo importante para a ilha de Manhattan. Era mais uma demonstração grande e cara de engenharia.

Um exemplo particularmente bizarro de megapontes era o projeto da Lindenthal, com um vão central de quase 1 km e torres de 250 metros da rua 57 de Manhattan até Weehawken em Nova Jersey. O projeto, feito pelo engenheiro Gustav Lindenthal na época em que a ponte do Brooklyn era nova, teria o dobro do tamanho dela.

A ideia começou a ganhar força no começo da década de 1920, mas foi deixada de lado pelo custo-benefício do túnel Holland. A ponte que hoje cruza o rio Hudson, a ponte George Washington, é mais comprida do que a Lindenthal seria, mas não tão larga ou alta quanto o monstro dos sonhos de Lindenthal.

Estradas multiníveis 

Por que é inimaginável? carros vão por baixo e pedestres vão por cima. Para um pedestre é simplesmente fantástico. Você não precisa desviar de táxis e motoboys atrasados assim que pisa na rua, porque todos os veículos estão lá embaixo em túneis.

Seria ótimo se todos tivessem V12s barulhentos para brincar nessas imensas câmaras de eco, mas já que nós somos o futuro disso e provavelmente estamos condenados a elétricos sem alma, não teremos muito o que aproveitar.

Túnel transatlântico 

Por que é inimaginável? Aviões são terríveis. Sempre há um panda defecando em um saco plástico ao seu lado, e a comida constantemente mata passageiros, e quanto não mata geralmente acaba rendendo conversar indesejáveis com as pessoas ao lado.

Por que aturar tudo isso quando se pode pegar um trem e descer no velho continente? Ou melhor ainda, ir dirigindo? Nós já temos cabos transatlânticos cruzando o leito do oceano em todas as direções, então por que não um túnel? Temos sonhado com isso desde Júlio Verne, não deve ser tão difícil né? Ok, deve.

Ponte sobre o estreito de Bering 

Por que é inimaginável? Se você não está a par dos detalhes sobre o estreito que separa o Alasca da Rússia, dessa vez passa. É um canto congelado do mundo, completamente hostil a seres frágeis e pequenos como os humanos e qualquer outra criatura sem várias dúzias de quilos de gordura para mantê-los aquecidos.

Este isolamento frio e gelado torna também uma ligação entre a América e a Ásia um plano complicado. Não espere que ela funcione por mais de quatro meses ao ano, e não ache que tudo vá funcionar às mil maravilhas.

Mesmo assim, a ideia de ligar os continentes por estradas ou ferrovias é atraente, ajudando a ligar “todo” o mundo com gigantescas rodovias intercontinentais.

Estradas espaciais gravitacionais 

Por que é inimaginável? Sim, mas e quanto a se mover no espaço? Ao invés de sermos disparados em pequenos tubos metálicos apontados para a lua ou planetas como fazemos atualmente, viagens espaciais poderiam ser bem mais sofisticadas. O professor Shane Ross da Virginia Tech descreve uma possibilidade com:

…vias de baixa energia ligando os planetas e satélites que reduziriam a quantidade de combustível necessária para explorar o sistema solar… Estas vias flutuam no espaço ao redor e entre os corpos gravitacionais. Ao invés de cair, como acontece na Terra, você “cai” por esses tubos.

Tornar as viagens espaciais mais rápidas e mais eficientes é a chave para nos tirar daqui, então estradas espaciais gravitacionais parecem ser uma ótima ideia.

Estradas aéreas 

Por que é inimaginável? Existem muitas boas razões para não termos carros voadores. Os dois veículos têm critérios de desenho completamente diferentes, e tentar tirar um carro do chão significa abrir mão de uma série de coisas.

Se um dia o carro voador funcionar, nós teremos a concretização de um “futuro“ visto nas últimas cinco décadas, no qual seguimos em três dimensões por caminhos pré-definidos em uma espécie de rodovia invisível. Podemos ainda torcer para que estes carros voadores funcionem em piloto automático, caso contrário teríamos os maiores acidentes que o mundo já viu, tudo caindo em chamas sob as cabeças dos pedestres.

Não faço ideia de como os Jetsons resolveram isso.

Estradas tubulares da Disney

Por que é inimaginável? Veja o vídeo e entenda porque rodovias cantilever pelo deserto são difíceis de imaginar. Mesmo assim, é possível notar várias ideias inovadoras nesta produção Disney de 1958. Pistas codificadas por cores, planejamento em grande escala, são todas receitas para os adensamentos suburbanos nos grandes países.

Pistas com recarga por indução 

Por que é inimaginável? Grande parte da discussão em torno dos carros elétricos paira sobre o quão longe conseguem ir com uma carga e quanto tempo demora para recarregar a bateria. Por que, entretanto, você deveria parar para recarregar a bateria?

Indução é o que recarrega uma escova de dentes elétrica, ou se você é Danny DeVito, seu velho GM EV-1. Passe vários fios lado a lado e eles podem mandar eletricidade para outros sem manter contato. Por que não transformar as estradas em um gigantesco recarregador por indução, recarregando carros elétricos enquanto passam?

Bem, você precisaria de muita fiação para fazer um sistema desses funcionar, então mesmo que consiga equipar um trecho de estrada com esse tipo de recarga, ela seria facilmente destruída por caminhões, a pressão corriqueira do fluxo de veículos, o clima e vários ladrões.

Dito isso, não estamos aqui para limitar orçamentos de infraestrutura, estamos aqui para sonhar, e esta é uma ideia brilhante, só precisa melhorar um pouco em termos de viabilidade…

As estradas de Minority Report 

Por que é inimaginável? Como já vimos inúmeras vezes, as pessoas tem dificuldade em se deslocar em duas dimensões, então pular para três dimensões com rodovias verticais é provavelmente a receita para uma tragédia de proporções épicas.

Mesmo assim, criar superestradas gigantes pelos ares é uma ideia fantástica, e mesmo que você não esteja guiando de verdade seu Google Carro, pelo menos a vista deve ser boa.

Cidades móveis 

Por que é inimaginável? O conceito de subúrbios não é dos melhores, seja para se deslocar ou acomodar o crescimento urbano, e os arquitetos apontam sua falta de densidade como um grande problema. Mesmo assim, os novos ricos em geral adoram ter uma casa bacana e espaçosa e se locomover, então os subúrbios parecem uma solução natural.

Uma ideia um pouco menos convencional faz com que os subúrbios se movam e não as pessoas. Famílias inteiras dentro de suas casas poderiam se mover em estradas especiais e estacionar às margens da rodovia, acompanhados por cinemas, lojas, usinas elétricas e supermercados. Todos eles estacionariam ao longo da estrada, criando uma gigantesca e contínua área urbana ao redor das rodovias.

O conceito data do conto de ficção científica da década de 1940, The Roads Must Roll e expandida pelo bizarro grupo de arquitetura Electronic Tomato da década de 1960, e continua hoje no grupo de design Terreform ONE no Brooklyn. Não faço ideia de como isso funcionaria, mas a ideia de transformar rodovias em uma gigantesca área urbana móvel é a visão mais insanamente incrível que já vi.

Crédito das fotos: Mason White, Lola Sheppard/Canada Council for the Arts, Universidade de Houston, Wiley Corbett, Gaumont British Picture Corporation, Ci Ci Koenig and the Ros Dynamics Lab of the Virginia Tech College of Engineering, O Quinto Elemento, Gaumont, GE, Twentieth Century Fox, Terreform ONE.

Autor: Jalopnik