As coisas melhoraram no Rio nos últimos meses, mas as balas perdidas continuam aí para assustar a população. Para tentar diminuir os casos e saber a origem dos disparos, a cidade começou ontem os primeiros testes com o ShotSpotter, uma ferramenta de detecção bem precisa — e que já estava sendo usada no Brasil.
Nós já falamos da ShotSpotter por aqui no ano passado: em parceria com a Motorola, a empresa instalou seu sistema na cidade de Canoas, no Rio Grande do Sul — mais precisamente em alguns bairros perigosos da cidade. À época, explicamos um pouco como funciona a tecnologia da empresa:
A empresa americana ShotSpotter trabalha há anos com sistemas de localização de disparos. Cerca de 50 cidades dos EUA já usam a tecnologia e estão contentes com isso: os homicídios caíram 20% e o número de disparos, 80%. A tecnologia é baseada em sensores do tamanho de chicletes: assim que um tiro é disparado, um dos sensores acústicos instalados, com alcance de 3 quilômetros, indica o raio máximo do local. Em seguida, um segundo sensor utiliza as ondas sonoras que o disparo criou, diminui ainda mais o raio, e um terceiro sensor, que coleta o som com meio segundo de diferença, completa a triangulação. Depois, o sistema usa um GPS para saber o ponto exato, traduzindo as coordenadas dos sensores para dados de latitude e longitude.
No Rio, mais de 70 sensores foram espalhados na região da Tijuca e do Maracanã. Serão feitos 15 testes de calibragem — leia-se “atiradores de elite da Polícia Militar dando alguns tiros para testar o nível de precisão do sistema. Mas pode relaxar, carioca assustado: as áreas serão isoladas, sem tráfego de pedestres e veículos, por uma hora. Os sensores já vêm sendo instalados desde 2009, em um investimento de R$1,3 milhão da cidade. Apesar de ajudar com as balas perdidas, um dos objetivos principais do projeto é a apreensão de mais armas.
Autor: Gizmodo