Uma economia robusta e rica, que cria oportunidades à sua população, emerge de uma articulação de muitos fatores institucionais, sociais, geográficos, financeiros, educacionais. Não há um único fator que crie todas as condições objetivas do crescimento, mas há fatores que se destacam e aceleram o processo. Provavelmente, o mais importante é o capital intelectual da sua população. Habilidades, competências e atitudes das pessoas qualificadas, somadas aos investimentos e às condições institucionais viabilizam crescimento, oportunidades, conforto, dignidade a milhões de pessoas. Novos negócios e empresas surgem, novos mercados são conquistados, novas tecnologias são criadas. A geração ativa alcança melhores empregos e maiores salários e as novas gerações herdarão melhores e maiores patamares sócio-econômicos. Esse processo se consolida e fica recorrente geração a geração.
No entanto, não é fácil. A construção do capital intelectual de um país exige um esforço de longa duração, tipicamente de gerações. Por isso, sem ações mais focadas e producentes para acelerá-lo, teremos grandes dificuldades na consolidação do crescimento econômico do país.
No Brasil temos alguns caminhos e alternativas de aceleração e gestão do crescimento econômico: incrementar a formação dos engenheiros e profissionais de exatas que estão espalhados em vários setores. Após várias décadas de baixo ou nenhum crescimento e inexistência de investimento em tecnologia, esses profissionais espalharam-se em diferentes setores, prioritariamente em serviços. Não usaram sua bagagem matemática de forma plena, mas não perderam suas capacidades lógico-analíticas. Agora, uma vez capacitados, poderão ser vetores dinâmicos de fortalecimento do crescimento econômico brasileiro.
Esses profissionais, ao longo da sua formação acadêmica, acumularam muitas ferramentas analíticas para refinar, estimar e otimizar processos e decisões. Essas capacidades, quando somadas aos investimentos, oferecem grande potencial ao país e às suas vidas.
Essas habilidades matemáticas somadas a outros conhecimentos (em particular, gestão de corporações, gestão de pessoas e gestão financeira) agregam grandes potencialidades aos profissionais de exatas. As decisões serão alimentadas por elementos diretos e objetivos e por conceitos mais amplos e sutis da área de humanas.
Podemos entender metaforicamente uma carreira como um prato com vários ingredientes: graduação na área de exatas e mestrado em administração cria um prato saboroso.
*Luiz Jurandir Simões de Araújo é Consultor de investimento e sócio diretor da QTK – Quant Tech & Knowledge, professor do mestrado em administração na Universidade Metodista, professor e palestrante de precificação de risco e finanças da FEA/USP. Desde 1995 atua no mercado financeiro em precificação de risco e análise de investimento: 1995, tesouraria do Banco Itamarati como analista quantitativo; 1997, departamento de fiscalização do Banco Central como auditor especializado de gerenciamento de risco e tesouraria; 1999, empresa de consultoria PRA como consultor-sênior; 2003, empresa de consultoria APLC consultor e sócio diretor; 2006, Mercer como gerente de investimento; 2008, empresa de consultoria ALC como consultor e sócio-diretor; 2009, Diretor de certificação do IBCPI/Apimec (Instituto Brasileiro de Certificação dos Profissionais de Investimento). Graduado em Ciência de computação pelo IME/USP; Mestre e Doutor em Engenharia Elétrica pela Poli/USP e MBA em Gestão Empresarial pela FGV Management.
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Autor: Luiz Jurandir Simões*