Governo nega abertura de engenharias na Universidade Estadual de Londrina; sociedade vai recorrer

Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) negou a criação de três novos cursos de engenharia pleiteados pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). A resposta oficial do governo chegou na última sexta-feira (13) e surpreendeu a instituição e a sociedade civil organizada, de onde surgiram as demandas pela abertura das engenharias Química, Civil e Mecânica.

A justificativa da Seti é que o objetivo atual é consolidar os cursos já existentes e não criar novos. Apesar da negativa do governo do Estado, as entidades e a UEL continuarão trabalhando pelos cursos até que o governador Beto Richa e o secretário Alípio Leal aceitem a proposta. A reitora da UEL, Nádina Moreno, acredita que a resposta é desmotivadora, mas não se dá por vencida.

“Nós vamos fazer um planejamento muito bem estruturado e vamos mostrar ao governo que é possível fazer as duas coisas: expandir e consolidar. Nós tínhamos proposto os três cursos para 2013, mas podemos abrir um em 2013, outro em 2014 e outro em 2015. Assim nós faremos que um valor X seja destinado aos cursos já existentes e outro vá para o curso novo. A consolidação não pode estancar o crescimento da universidade”, defendeu Nádina.

Os cursos vieram de demandas da sociedade civil e tem apoio de diversas entidades, como Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil), Fórum Desenvolve Londrina, Sociedade Rural do Paraná, sindicatos, Fiep, entre outras. O apoio desses órgãos dá força à campanha pela abertura, de acordo com a reitora.

“Esse apoio ajuda muito. O pedido por esses cursos veio da própria sociedade civil organizada, preocupada com a necessidade de mão de obra, de engenheiros para o Paraná e também para o Brasil. Esse apoio é fundamental para que nós tenhamos sucesso na negociação junto ao governo”, declarou.

A negativa do governo será comunicado aos conselhos da universidade para que se trace uma linha de atuação na tentativa de reverter a situação.

O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil em Londrina, Gerson Guariente, disse estar surpresa com a reprovação da abertura. “Dentro do próprio governo, nós tínhamos a indicação de que seriam abertos. Vamos fazer uma ação política mostrando que nossa região precisa dos cursos. São cursos básicos que nós precisamos para desenvolvimento das atividades econômicas. Nos países em desenvolvimento, cerca de 50% dos cursos das universidades são de engenharias”, declarou.

Guariente acredita que o governador Beto Richa ainda vai rever a situação. “Nós vamos verificar com o secretário e ele vai ver que essa é uma reivindicação justa. Pelas informações que nós temos, faz mais de dez anos que a UEL não é contemplada com um novo curso. Agora está na hora”, afirmou.

Autor: odiário.com