Darpa perde contato com o avião hipersônico Falcon


A Agência de Pesquisas de Projetos Avançados em Defesa americana (Darpa) perdeu contato com o avião hipersônico não-tripulado Falcon, ou HTV-2, lançado na manhã desta quinta-feira em seu segundo voo de testes. Capaz de alcançar a estonteante velocidade de quase 21 mil quilômetros por hora, ou 20 vezes a do som (mach 20), ele pode atravessar os EUA de Nova York a Los Angeles em menos de 12 minutos.

O Falcon partiu da base aérea de Vanderberg, na Califórnia, a bordo de um foguete Minotaur IV e deveria percorrer cerca de 6,4 mil quilômetros “surfando” a alta atmosfera sobre o Oceano Pacífico até cair no mar nas proximidades do Atol de Kwajalein. Pouco depois da separação bem sucedida do foguete, no entanto, a Darpa perdeu o contato com a aeronave logo depois que ela começou a fase segunda fase do voo. O avião foi desenhado para estudar se um veículo pode voar por longo prazo sob temperaturas que atingem mais de 1,9 mil graus Celsius, o bastante para derreter o aço, e ainda assim se manter pilotável e não se desintegrar.

“As estimativas sobre o voo hipersônico a mach 20 foram feitas com base em modelos físicos computacionais e simulações, testes em túneis de vento e dados coletados do primeiro voo de teste do HTV-2, os primeiros dados reais disponíveis de um regime de voo a mach 20”, comentou o major da Força Aérea dos EUA Chris Schulz, gerente do programa do Falcon e doutor em engenharia aeroespacial, em comunicado divulgado antes do segundo teste. “É chegada a hora de conduzir um outro teste de voo para validar nossas previsões e ganharmos mais pistas sobre estes regimes de voo em condições extremas que não podemos replicar em solo”.

Em seu voo inaugural de 9 minutos, realizado em abril do ano passado, o Falcon coletou diversos dados sobre aerodinâmica, resistência de materiais a altas temperaturas e sistemas de proteção térmica, além de mecanismos de orientação, navegação e controle durante voos hipersônicos, inclusive durante 139 segundos a um velocidade entre mach 17 e 22. No primeiro teste, a Darpa também chegou a perder contato com a aeronave, que detectou problemas no voo e ativou seu sistema de segurança a bordo, que executou uma descida controlada no oceano.

Autor: O Globo