Mais de dois anos após lançar a duplicação da rodovia dos Tamoios, o governo de São Paulo anunciou na terça-feira um novo projeto de duplicação.
A primeira fase da duplicação das pistas foi ampliada de 21,3 km para 53 km. Em novembro de 2008, quando foi lançado, a previsão é que as obras fossem concluídas em dois anos. Agora, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) promete a entrega para novembro de 2013.
No projeto inicial, a duplicação iria até Paraíbuna (124 km de São Paulo), mas o novo projeto vai até o começo da serra do Mar. O objetivo, segundo Alckmin, é atender a demanda regional.
“O litoral norte de São Paulo terá um crescimento vertiginoso. Temos lá as mais belas praias do país. Além disso, a economia deve crecer com o pré-sal, a construção do que deve ser a maior unidade de tratamento de gás da América do Sul e a ampliação do porto de São Sebastião”, disse o tucano.
A obra será realizada em dois lotes no modelo de PPP (parceria público-privada). A expectativa do governo é de que, até novembro, o projeto já tenha a licença ambiental prévia e que os trabalhos sejam iniciados em março.
“A proposta inicial era começar em janeiro, mas vamos atrasar em dois meses o início da obra. Com isso, o período de férias e chuvas já terá passado”, disse Alckmin.
Nesta terça, o governo assinou o convênio para as obras no valor de R$ 780 milhões. Com desapropriações e compensações ambientais, o valor total do convênio deve superar R$ 1 bilhão.
Segundo o presidente da Dersa, Laurence Lourenço, o valor do convênio está dentro dos R$ 4,5 bilhões previstos para investimento na região.
Conforme revelado pela Folha, esse valor total é 67% superior à estimativa de R$ 2,7 bilhões divulgada no fim de 2010.
SEGUNDA FASE
A segunda fase da duplicação da Tamoios ainda não tem prazo de conclusão. O trecho de descida da serra do Mar e os contornos de Caraguatatuba e São Sebastião ainda dependem da emissão de EIA/RIMA (Estudo e Relatório de Impacto Ambiental).
Uma nova licitação deverá ser realizada assim que essas licenças ambientais forem emitidas, segundo o governo. Não há, porém, prazo previsto para lançamento do edital da PPP ou conclusão dessas obras.
Esse segundo trecho das obras, apesar de menor que o primeiro –tem pouco mais de 20 km de extensão, possui mais entraves ambientais e de engenharia. Como a previsão de término da primeira fase é novembro de 2013, a duplicação total da rodovia dos Tamoios pode não ocorrer dentro da atual gestão do governo.
Apu Gomes/14.mar.2011/Folhapress
Obras em ponte no km 28 da rodovia dos Tamoios no litoral norte de São Paulo
PEDÁGIO
Como a rodovia dos Tamoios não tem um fluxo continuo de carros, a PPP da obra terá participação majoritária de investimento público. “Mas a expectativa é reduzir a diferença entre o volume de veículos nos fins de semana e férias para os dias comuns”, diz Alckmin.
Atualmente, segundo a Lourenço, o volume diário médio de veículos (VDM) na Tamoios é de 16.252 veículos. A expectativa, ainda de acordo com o presidente da Dersa, é de que esse número suba para 21 mil em 2015 e 30 mil em 2035.
“Estamos fazendo esse modelo de PPP justamente para reduzir as praças de pedágio e os valores. Por isso tem investimento público e não será uma concessão”, justifica Alckmin.
A quantidade de praças de pedágio e os valores que serão cobrados, porém, ainda não foram definidos no projeto.
Autor: Folha de S.Paulo