Suzano terá, em breve, um dos maiores viadutos do País. A passagem suspensa contará com longos 11 quilômetros de extensão e faz parte do traçado do Trecho Leste do Rodoanel Mário Covas. A construção das pistas elevadas é considerada uma solução de engenharia para diminuição dos impactos ambientais da supervia na transposição das várzeas dos rios Guaió e Tietê. A obra cortará áreas de preservação de mananciais e parte da zona rural da Cidade e, depois de pronta, deverá se tornar o mais novo “cartão postal” de Suzano.
Tecnicamente denominado de “encontro leve estruturado”, o futuro viaduto será uma das maiores transposições sob terra da malha rodoviária do País. Ao cortar os 11 km em elevação, os motoristas percorrerão distância semelhante ao percurso de todo o trecho duplicado da Rodovia Mogi-Dutra (SP-88), que soma 10,4 quilômetros entre Mogi das Cruzes e a Ayrton Senna. A obra suzanense também terá proporções próximas às da Ponte Rio-Niterói, que possui 13,26 km e é considerada a maior transposição do Brasil.
O prefeito Marcelo Candido (PT) explica que o Rodoanel passará pelo município de Suzano integralmente em pistas elevadas. O viaduto começará em Ribeirão Pires e logo avançará em solo suzanense pelo entorno do Rio Guaió, cruzará a linha férrea e a Avenida Brasil e alcançará a várzea do Rio Tietê até a divisa com Itaquaquecetuba. A obra só retornará ao solo ao chegar na alça de acesso da Rodovia Ayrton Senna. Candido garante que a obra não provocará grandes impactos urbanos, já que passará por áreas de produção agrícola e de proteção de mananciais com poucas edificações. Segundo ele, o elevado se aproximará das áreas residenciais apenas na região do bairro Casa Branca e de um conjunto habitacional localizado na Estrada Santa Mônica.
O prefeito prevê que Suzano ganhará grande projeção por abrigar o superviaduto, que deverá ser considerado um projeto de referência entre as grandes obras da malha rodoviária nacional. Ele avalia que o fato de o traçado estar afastado das áreas de ocupação urbana será um “atrativo” a mais da obra. “O Município terá uma estrutura de engenharia ímpar no País. Um elevado dessa categoria vai trazer para Suzano um diferencial importante. Além disso, a vista vai ser fantástica e o cidadão que passar pelo Rodoanel irá vislumbrar uma paisagem belíssima das várzeas dos rios Guaió e Tietê”, destacou.
Marcelo Candido explica que só tomou conhecimento do traçado definitivo do Trecho Leste do Rodoanel, recentemente, durante reunião entre representantes dos municípios e do consórcio SPMar, responsável pelas obras. O prefeito conta que, durante o evento, expressou a preocupação de que as cidades de Suzano e Poá pudessem ficar sem a ligação via SP-66 em razão da obra. “Nesse momento, eles esclareceram que isso não aconteceria e foi aí que revelaram que todo o trecho do município de Suzano seria construído em elevação”.
O prefeito afirma que a construção do viaduto será a melhor solução para a Cidade e conta que a Administração Municipal já havia sugerido medidas semelhantes. “Nós tínhamos feito solicitações para que alguns trechos fossem construídos em elevado, como no caso da transposição da SP-66. Mas, na época, a Dersa considerou que as medidas elevariam muito os custos do projeto. Curiosamente, essa acabou sendo escolhida como uma solução em definitivo, não apenas para as regiões que havíamos sugerido, mas para todo o trecho”.
Impactos
Ainda de acordo com Marcelo Candido, a decisão de construir as pistas elevadas foi acertada por reduzir os impactos negativos da obra na Cidade. Segundo ele, além da preservação ambiental, o novo projeto também vai gerar ganhos do ponto de vista econômico – com a redução da supressão agrícola prevista inicialmente, e social – com a queda do número de imóveis desapropriados. “Eu ainda não tive acesso ao cálculo, mas com certeza haverá menos desapropriações com esse novo projeto. Posso assegurar que essa é a melhor solução para Suzano”.
Autor: O Diário