Apesar das diversas ações empreendidas com o objetivo de preparar o Rio para os Jogos Olímpicos de 2016, um problema que afeta a região que será palco de boa parte das competições do evento ainda está longe de ser resolvido: a poluição nas lagoas da Baixada de Jacarepaguá, na Zona Oeste. Na última sexta-feira (3), o biólogo Mario Moscatelli flagrou um despejo de esgoto que saiu do Rio Pavuninha (também chamado de Arroio Pavuninha) e invadiu a Lagoa de Jacarepaguá, em local próximo ao Riocentro e ao Autódromo Internacional Nelson Piquet .
“Na Laguna ou Cloaca de Jacarepaguá foi avistado um despejo na forma de um cogumelo proveniente do Arroio ou Valão Pavuninha, que alimenta noite e dia cianobactérias e gigogas que não param de crescer nem mesmo no inverno. Se as obras necessárias para debelar a degradação não forem iniciadas até o dia 2 de janeiro de 2012, temo pelas desculpas de praxe associando o fiasco ambiental nos futuros eventos internacionais ao incipiente prazo disponível. Me engana que eu não gosto!”, protestou o biólogo em seu relato ao Eu-repórter.
Segundo a Cedae, o esgoto mostrado na imagem é “provavelmente proveniente de ligações clandestinas” e deve ser denunciado “à prefeitura, responsável pela manutenção das galerias de águas pluviais e também pelo esgotamento sanitário das comunidades em torno da lagoa e ao longo do rio”.
Por sua vez, a Rio-Águas, órgão da prefeitura, diz que “a concessão do esgotamento sanitário de Jacarepaguá é de responsabilidade da Cedae” e que sua tarefa é o trabalho de prevenção de enchentes na região. A Rio-Águas informou também que está limpando o Rio Pavuninha para desobstruir sua calha, mas garantiu que esses trabalhos não poderiam ocasionar a mancha.
Já o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), que monitora a qualidade das águas das lagoas da região, informou que técnicos estiveram no local e iniciaram a coleta da água, mas que os trabalhos foram interrompidos por falta de luz natural e continuarão esta semana.
Autor: O Globo