Nasa anuncia projeto para desenvolver nave tripulada de exploração do espaço profundo

A Nasa anunciou nesta terça-feira ter escolhido a cápsula Órion para servir de base para o desenvolvimento de uma nova nave capaz de levar seres humanos para o espaço profundo. Construída pela Lockheed Martin, a Órion foi originalmente desenvolvida para o programa Constellation, com o qual o ex-presidente dos EUA George W. Bush pretendia enviar um americano novamente para a Lua na década de 2020, entre outras funções. Devido aos altos custos, no entanto, o programa acabou cancelado pelo presidente Barack Obama, que preferiu deixar para a iniciativa privada a missão de desenvolver naves capazes de levar seus astronautas para a baixa órbita da Terra.

– Estamos comprometidos com a exploração humana além da baixa órbita da Terra e buscamos o desenvolvimento de uma nova geração de sistemas para nos levar lá – comentou Charles Bolden, diretor da agência espacial americana. – O Ato de Autorização da Nasa liberou o caminho para transferirmos o transporte para a Estação Espacial Internacional para nossos parceiros do setor privado de forma a podermos focar na exploração do espaço profundo. Enquanto trabalhamos agressivamente em um novo veículo de lançamento pesado, também avançamos com um contrato existente para manter o desenvolvimento de nossa nova nave tripulada.

Assim, a Lockheed Martin continuará a desenvolver a Órion, agora rebatizada MPVC (sigla em inglês para “veículo tripulado de múltiplos usos”). A nave vai carregar quatro astronautas em missões de até 21 dias de duração e deverá ser capaz de retornar à Terra pousando nas águas do Oceano Pacífico na costa da Califórnia. Ela terá um volume pressurizado total de 19,5 metros cúbicos, dos quais pouco mais de nove metros cúbicos serão habitáveis. Para chegar a destinos como um asteroide – que Obama pretende ser possível ainda nos anos 2020 -, no entanto, ela terá que ser acoplada a outro módulos que permitirão uma permanência mais longa dos astronautas no espaço. A nave também teria um papel destacado nos planos de exploração de Marte, para onde a Nasa planeja enviar astronautas nos anos 2030.

Autor: O Globo