Qual o tamanho do legado de Henry Ford para a administração moderna? O que é aplicado aos processos atuais e como se deu a evolução destes processos em mais de um século? É de se imaginar que sua principal contribuição esteja relacionada à criação do sistema de linha de montagem automatizado. Mas a verdade é que seu grande feito foi ter fundado, em 1903, a Ford Motor Company, que representa devidamente o valor deste legado. Imaginamos que você conheça esta história ou pelo menos parte dela, então, o que faremos é repassá-la brevemente para destacar alguns pontos que influenciaram o mundo da administração como ele é hoje.
Vamos tomar como ponto de partida a vida profissional de Ford, da época em que ele passou de mecânico em uma fábrica de Detroit a chefe de engenharia da Westinghouse e, depois, a fundador de um império, o que permitiu a ele dar asas a seu sonho de construir um automóvel popular que revolucionasse a indústria e influenciasse o mundo. Assim nasceu o modelo T que, diga-se de passagem, não foi o primeiro carro da montadora, e em seguida o sistema de linha de montagem, em 1913, época em que a fábrica produzia 800 carros por dia.
Com o funcionamento das esteiras na linha de montagem para que cada operário pudesse executasse a tarefa que lhe era atribuída, a produtividade disparou e já em 1926 eram fabricados 2 milhões de carro por ano.
A verticalização da produção, centralizando todos os processos, desde a produção da matéria prima e todas as atividades de fabricação, até a distribuição do produto no mercado é um exemplo clássico de como suas inovações transformaram o mundo industrial e empresarial, assim como a criação da assistência técnica de grande alcance. Outro ponto importante foi a divisão do controle acionário da empresa com seus funcionários, como forma de estimular os colaboradores a produzirem mais. Ford também foi o responsável pela instituição jornada de trabalho de oito horas.
Henry Ford estabeleceu, enfim, alguns princípios que ao longo dos anos serviram de base para a doutrina chamada de Fordismo. Entre as principais ideias que utilizava para fazer prosperar seus negócios destacavam-se os seguintes princípios:
Intensificação: estreitar o tempo entre a produção e disponibilização do produto;
Economicidade: diminuir ao máximo o estoque de matéria-prima em transformação com objetivo de recuperar rapidamente os gastos;
Produtividade: elevar a produtividade do trabalhador por meio de especialização.
Não há como negar a genialidade de um menino que aos doze projetou seu primeiro motor a vapor e a influência de seu trabalho sob o ponto de vista empresarial e administrativo. Como trabalhava com paixão, Henry teve determinação de sobra para inovar principalmente nesta área deixando uma herança inquestionável.
Mas o Fordismo perdeu força no final da década de 1960 e no período seguinte, denominado pós-fordismo, o modelo passou por uma importante revisão para adequar-se às necessidades daquela época. Novas regras foram adotadas com relação à flexibilização das relações de trabalho e de consumo e, com a maior abertura dos mercados mundiais, a produção em massa cedeu lugar à processos mais enxutos voltados a atender demandas específicas.
O incrível é pensar como a produção e aceitação de um determinado produto, neste caso o Ford “Bigode”, transformou a vida de toda uma geração, promovendo o desenvolvimento de diversos setores de alguma forma ligados ao automotivo, como o siderúrgico, o têxtil, o de combustíveis, incluindo a construção de rodovias, com consequente desenvolvimento de mais centros populacionais e de comércio.
A Ford de hoje é sem dúvidas fruto desta transformação, da evolução dos tempos, do homem e dos processos que cada vez mais são aperfeiçoados para atender ao consumidor em seus desejos, necessidades e vontades.
Autor: Site Ford