Esta ilustração compara as duas visões – sísmica e elétrica – da câmera que alimenta o super vulcão de Yellowstone. A imagem da esquerda foi feita pela técnica geoelétrica, baseada nas variações de condutividade elétrica da rocha fundida e dos fluidos.[Imagem: University of Utah]
Geofísicos usaram uma nova técnica de imageamento para traçar um perfil da condutividade elétrica do super vulcão de Yellowstone.
O resultado sugere que câmara de rocha quente e parcialmente fundida, que um dia fará o super vulcão novamente entrar em erupção, é ainda maior do parecia.
Supervulcão de Yellowstone
Segundo as observações geológicas disponíveis, o super vulcão de Yellowstone foi o causador das maiores explosões vulcânicas que a Terra já experimentou.
Ele teve três super erupções – capazes de cobrir metade da América do Norte com cinzas – nos últimos milhões de anos: há 2 milhões, 1,3 milhão e 642.000 anos atrás.
Esta estatística indica que a próxima grande erupção de Yellowstone pode ocorrer a qualquer momento. Erupções menores têm ocorrido nesses intervalos: a mais recente ocorreu há 70.000 anos.
Mapeamento sísmico
As imagens anteriores eram baseadas em ondas sísmicas, geradas por terremotos ou induzidas pelos pesquisadores por meio de explosões.
A última medição por ondas sísmicas foi feita em 2009. As ondas sísmicas viajam mais rapidamente através das rochas frias e mais lentamente através das rochas quentes.
As ondas sísmicas podem ser geradas naturalmente, por terremotos, ou artificialmente, por meio de explosões. Captando as ondas de um ponto distante de sua emissão, é possível traçar uma imagem tridimensional do subsolo, de maneira parecida com os raios X usados para fazer imagens do corpo humano.
Os resultados mostram uma câmara que mergulha em um ângulo bastante inclinado, de 60 graus, estendendo-se por 240 quilômetros e alcançando até 650 km de profundidade.
Mapeamento geoelétrico
No novo estudo, as imagens foram geradas medindo a condutividade elétrica da câmara, gerada pelas rochas silicatadas fundidas e pela salmoura fervente misturada com rochas parcialmente fundidas.
Na verdade, trata-se de uma forma inédita de observar o que ocorre nas profundezas de um vulcão, adormecido há milhares de anos.
O mapa mostra uma visão diferente, com uma câmara mergulhando a um ângulo mais suave, de 40 graus, e alcançando 640 quilômetros no sentido leste-oeste.
Esta técnica geoelétrica consegue enxergar somente até 160 km de profundidade, mas o baixo ângulo de inclinação mostra um quadro totalmente diferente, com uma câmara de magma muito maior.
Sem previsões
“É como comparar o ultra-som com a ressonância magnética no corpo humano, são diferentes tecnologias de geração de imagens,” explica o professor Michael Zhdanov, da Universidade de Utah, nos Estados Unidos.
Os cientistas acreditam que a câmara cônica mostrada pelo imageamento sísmico parece estar envelopado em uma camada muito mais larga de rochas parcialmente fundidas e líquidos ferventes.
“É muito grande. Nós podemos inferir que há mais fluidos lá do que as imagens sísmicas mostram,” disse Robert Smith, coordenador da pesquisa.
O novo estudo amplia o conhecimento sobre o que está por baixo do super vulcão, mas não diz nada sobre as chances e o tempo que levará para que a próxima erupção ocorra.
Autor: Inovação Tecnológica