A Região Norte, composta por sete Estados, ocupa 45,3% do território nacional, com uma área de 3,8 milhões de km². Somente sua extensão territorial já faz com que a Região mais remota do País apresente grande desafios logísticos, seja para a instalação de complexos industriais, seja para a manutenção de serviços de transportes e entregas.
A precária malha viária e a grande dependência do transporte fluvial completam o rol de dificuldades para as operações locais. Um grande exemplo disso é contado pelo diretor da Transpacífico, transportadora especializada na Região Norte, Jardel Pires.
De acordo com ele, fazer transporte por aquelas bandas exige muito planejamento, conhecimento e capacidade de adaptação. “Uma cidade bastante crítica é Cruzeiro do Sul, do Acre, que sua rodovia de acesso fica aberta durante apenas três meses. Além disso, ela é bastante precária, com muito barro. Não podem passar caminhões com mais de três toneladas naquela rodovia. O Norte depende muito da situação climática”, conta o executivo.
Pires também explica que durante as chuvas, em alguns locais a carga só consegue ser transportada por meio do transporte fluvial, o que pode demorar mais de um mês, ou por avião, o que eleva consideravelmente o custo da operação.
Além disso, Jardel Pires diz que o faturamento do polo industrial de Manaus foi de US$ 35 bilhões em 2010 e as empresas estimam um resultado ainda maior para este ano. Porém, o número e o potencial avanço não sustenta a deficiência da infraestrutura da Região, que ainda carece de grandes investimentos.
“Tivemos uma promessa de que até o final da gestão do Governo Lula teríamos a conclusão da BR-319, que liga Porto Velho a Manaus. Isso seria uma grande evolução, uma vez que já existia essa rodovia, mas ela se acabou. Isso facilitaria, porque uma carga que vai de Belém a Manaus e demora de cinco a seis dias por meio do transporte fluvial seria encurtada para dois dias por meio dessa estrada”, revela Jardel.
Autor: Portal Transporta Brasil