Um grupo de pesquisadores da Coordenação de Programas de Pós-Graduação de Engenharia (Coppe), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), vai divulgar até a próxima semana um documento com análises e sugestões para se evitar tragédias semelhantes à ocorrida na região serrana do Rio. O documento será encaminhado para os três níveis de governo: federal, estadual e municipal.
Especialistas em deslizamentos de encostas e hidrologia, os técnicos vão sobrevoar a área atingida para constatar a extensão dos acidentes e observar o comportamento da estrutura física do solo. Para o diretor da Coppe, Luiz Pinguelli, é importante esclarecer o que realmente ocorreu na madrugada do dia 12 nos municípios da serra.
“Temos que saber em que grau esse fenômeno ultrapassa os anteriores. Tudo indica que foi muito severo em termos de quantidade de água em uma área restrita. Aí vêm os outros problemas, ligados à topografia, às encostas e às construções irregulares”, disse Pinguelli.
Ele reforçou a necessidade de uma rede de alerta meteorológico e de solo. “Isso ainda não existe no Brasil. A própria região de Petrópolis começou a fazer um sistema de alerta meteorológico, que ficou inacabado. Foi feita a parte técnica, mas não a de organização social para uso dessas estações.”
Pinguelli também apontou a necessidade de mais investimentos em habitação e transportes para evitar a ocupação de áreas de risco. Ainda segundo ele, a chuva registrada na serra fluminense seria igualmente trágica caso tivesse ocorrido na cidade do Rio de Janeiro. “Aqui no Rio podia até ser pior, dependendo do local em que caísse essa quantidade concentrada de água.”
Autor: Agência Brasil