Árvore de Natal também é coisa de profissional. Desde que as grandes empresas encontraram no período natalino uma boa oportunidade para investir na sua imagem, o negócio das – enormes – árvores só faz crescer. O reflexo poderá ser visto neste fim de semana nas principais cidades brasileiras, especialmente São Paulo e Rio, quando a maior parte das decorações será inaugurada.
Na capital fluminense, erguida sobre 11 flutuadores de 33 m² cada, fica a árvore da Lagoa Rodrigo de Freitas, símbolo do Natal na zona sul carioca. O projeto é grandioso: foram necessários cerca de 400 homens para construir aquela que é considerada a maior árvore flutuante do mundo, com 85 metros de altura.
A quantidade de conhecimento técnico impressiona. Segundo o diretor de produção responsável por sua montagem, Nelson Drucker, a árvore é registrada como um navio na Capitania dos Portos, com nome oficial, placa e certificado de inspeção. “São 15 anos de conhecimento acumulado, desde a primeira vez que a construímos”, explica.
A produção envolve técnicos de várias áreas, como engenheiros navais para a construção das plataformas e pescadores que vivem no entorno da lagoa. “Eles conhecem a área como a palma da mão e nos ajudam nas manobras de reboque”, explica Drucker. A montagem é feita sobre as plataformas, em um ponto raso onde os guindastes conseguem alcançá-las. Depois, toda a estrutura é rebocada para o meio da lagoa e muda de lugar três vezes.
Cinco geradores alimentam as 3,3 milhões de lâmpadas utilizando biodiesel de um tanque de 15 mil litros – tudo instalado na plataforma. A aerodinâmica também é importante: a árvore aguenta ventos de até 110 km/h sem tombar – na região, o máximo registrado ali foram 80 km/h. Todo o investimento é feito pelo patrocinador, a Bradesco Seguros, mas o custo total não é revelado.
Recordes. A árvore carioca é alta, mas uma rival sergipana a supera em altura. Trata-se da árvore de Aracaju, inaugurada ontem na Avenida Beira Mar. Segundo o Guinness, é a árvore de Natal mais alta do mundo – tem 127,99 metros, o equivalente a um prédio de 47 andares. Para efeito de comparação, o Edifício do Banespa, símbolo de São Paulo, tem apenas 33 metros a mais.
Sua grandiosidade pode ser observada por vários ângulos. Foram usados na construção cerca de 45 quilômetros de cabos de energia e 21,5 mil lâmpadas incandescentes, que ficarão ligadas até 6 de janeiro, quando tradicionalmente os enfeites natalinos são retirados. Segundo a Energisa, concessionária de energia de Sergipe que patrocina a árvore, a potência necessária para iluminá-la é similar à de uma cidade do porte de São Francisco, nos Estados Unidos.
A maior árvore paulistana, de 138 metros, não é exatamente uma árvore – ela foi montada sobre a estrutura da Ponte Octavio Frias de Oliveira. São Paulo tem grandes árvores também nos Parques do Ibirapuera e Água Branca e na Represa do Guarapiranga.
Autor: O Estado de S.Paulo