É preciso atrair jovens para as faculdades de Engenharia e melhorar os padrões de ensino. Para falar desse desafio, o Bom Dia Brasil recebeu no estúdio Clarice Soraggi, diretora regional da Federação Nacional dos Engenheiros.
Bom Dia Brasil: Por que os cursos de Engenharia têm uma evasão tão alta?
Clarice Soraggi: Sofremos por uma série de fatores. Ao longo de 20 anos, a engenharia perdeu todo o seu papel de importância no desenvolvimento do Brasil. No mercado, os postos foram reduzidos, assim como as perspectivas de crescimento. Aí começaram as evasões, e não só nas escolas. Houve erro de planejamento governamental, porque a engenharia está diretamente ligada ao crescimento de um país. Infelizmente, o Brasil esqueceu disso. Foi um somatório de erros. A engenharia civil teve, há três décadas, um grande boom, e de repente vieram outras áreas decrescendo e as indústrias saindo.
Bom Dia Brasil: Quando há uma falta de investimento na área, os cursos também sofrem?
Clarice Soraggi: Infelizmente, é o que se verifica hoje. Na minha juventude, você tinha uma chamada para a engenharia. Você tinha oportunidade de conhecer. Hoje não há essa discussão.
Bom Dia Brasil: Quais as áreas na engenharia de maior carência?
Clarice Soraggi: Eu diria que todas. Mas hoje ainda tem muita procura na área de petróleo, e com a questão do pré-sal tivemos um desenvolvimento nessa chamada. A juventude já olha isso como uma possibilidade. E tem ainda a engenharia civil.
Bom Dia Brasil: Em relação às Olimpíadas, dá tempo se as obras começarem agora?
Clarice Soraggi: Se quiser, consegue. Mas aí precisa da ajuda do governo, em todas as esferas, e da sociedade. Estamos buscando isso. Ficamos tristes em ter que importar mão de obra. O Brasil teve grandes momentos na engenharia, Fomos reconhecidos mundialmente. Eu, como engenheira, vou brigar por isso até o final.
Autor: Bom Dia Brasil