USP testa pavimento de concreto sem juntas

A Universidade de São Paulo, através do Laboratório de Mecânica de Pavimentos (LMP-USP), está testando um pavimento de concreto com armadura contínua, que não possui juntas. O trecho pavimentado com esse tipo de concreto compreende um espaço de 100 m de extensão, construído durante a reforma da avenida Professor Almeida Prado, localizada na Cidade Universitária, na capital paulista.

O trecho conta com quatro seções, com taxas de armadura que variam entre 0,4% e 0,7%. Segundo o coordenador do LMP, José Tadeu Balbo, “o concreto apresentará fissuras, pelo fato de não possuir juntas e de ter uma densidade de armadura elevada.” A questão é que essas fissuras serão mantidas fortemente ligadas pela armadura, e por isso não serão visíveis. A ausência das juntas tem como principal objetivo a melhora das condições de conforto, bem como evitar a intrusão de corpos sólidos, a percolação de água e exigências de manutenção desses elementos construtivos.

A intenção de todo o projeto é verificar a degradação ocorrida no concreto durante o tempo, a temperatura do concreto e a deformação em função da carga. De acordo com Balbo, como esse sistema nunca foi testado no País, não há previsão do que acontecerá com o concreto, mas Balbo espera que esse pavimento não tenha que ser reformado ao longo dos anos.

A base do pavimento tem 6 cm de concreto asfáltico e a sub-base, 30 cm de uma camada de brita graduada. Sobre a base, estão 24 cm de concreto. Em relação ao conforto, Balbo destaca o fato de que, inicialmente, o pavimento asfáltico é melhor, mas piora rapidamente. Já o concreto, que em média é de três a quatro vezes mais durável que o asfalto, é mais confortável ao longo do tempo.

A reforma foi necessária devido a problemas de fundação na avenida, construída sobre uma área de aterro do Rio Pinheiros. A parte da avenida que foi reformada tem 870 m de extensão. Desses 870 m, 770 m foram construídos com pavimento intertravado de 16 faces. Além disso, todo o sistema de drenagem abaixo da via foi refeito.

Para realização de toda a demolição do pavimento, guias, sarjetas e rede de drenagem atuais, construção de novas redes, bases, pavimentações, guias, sarjetas e sinalização horizontal, foi estimado o custo de aproximadamente R$ 2,5 milhões para a extensão total do trecho de 870 m, que ficou pronto em outubro. Para os 100 m de concreto, foram necessários 30 dias para a construção.

Autor: PiniWeb