Ondas vêm e vão. Com mais força, com menos. De repente, algo inusitado acontece. Primeiro, o mar avança um pouco mais que o normal. Então, recua cerca de 300 metros. Esse é o único aviso. Corra! Num intervalo de 5 a 30 minutos, a costa e tudo o que existe nela será engolido por uma gigantesca onda. A massa d’água vem com tanta fúria que não deixa nada de pé. Tudo desaparece debaixo da espuma.
Tsunami é uma onda que nem o mais temerário surfista ousaria encarar. Chega a 30 metros de altura, o equivalente a um edifício de 10 andares. Não se confunde com os vagalhões comuns, gerados pela ação dos ventos e das correntes marítimas. Ele nasce nas profundezas do solo, como efeito colateral de terremotos ou da erupção de vulcões submarinos.
Tsunami significa “onda de porto”, em japonês. A palavra só poderia vir mesmo do Japão. Esse país é um dos lugares do mundo mais atingidos por maremotos. Em 1703, um terrível tsunami atingiu a ilha japonesa de Awa e matou mais de 100 000 pessoas.
Ondas são inofensivas em alto-mar
Nos últimos quinze anos, os tsunamis mataram 2 000 pessoas, no mundo inteiro. Sua causa mais comum são os terremotos no fundo do oceano. No início, o efeito do tremor passa despercebido. A onda raramente ultrapassa 5 ou 6 metros em alto-mar, o que não significa muito para um barco moderno. Ela percorre distâncias gigantescas, numa velocidade quase igual à do som, que é de 1 260 quilômetros por hora. Antes que o capitão do navio perceba a chegada da onda e tome as devidas precauções, ela já passou.
O tsunami só mostra toda sua violência ao se aproximar da costa. A velocidade cai para 60 quilômetros por hora. É como uma freada violenta de um carro ou motocicleta. A energia acumulada se projeta para a frente, formando ondas de até 30 metros de altura. Inofensivo em alto-mar, o vagalhão assassino é capaz de atravessar a metade do planeta em poucas horas. Para você ter uma idéia do alcance do tsunami, vale a pena lembrar a tragédia do dia 23 de maio de 1960. Um terremoto na costa do Chile desencadeou uma onda que atravessou o Oceano Pacífico a 770 quilômetros por hora. Depois de uma viagem de quatorze horas, chegou ao Havaí e devastou o porto de Hilo. Resultado: 61 mortos e um prejuízo de 23 milhões de dólares. Entre as vítimas havia vários turistas que, em vez de correr quando perceberam o tsunami se formando no horizonte, preferiram ficar para assistir ao espetáculo. Se um dia você se vir numa situação parecida, resista à tentação. Sua vida é mais importante.
Autor: Superinteressante