Reunidos no terreno do futuro estádio do Corinthians na manhã desta segunda-feira, Alberto Goldman, Governador do Estado de São Paulo, Gilberto Kassab, prefeito da cidade, e Andrés Sanchez, presidente do clube, anunciaram o plano de utilizar a arena em Itaquera para receber o jogo de abertura da Copa de 2014.
No entanto, o sucesso da ideia depende de uma adequação do projeto às exigências da Fifa. Por aproximadamente R$ 350 milhões, Sanchez cedeu os “naming rights” do estádio para a construtora Odebrecht (ela pode vender a empresas o direito de batizar o local) e já viabilizou uma arena para receber 48 mil pessoas. Para sediar o primeiro jogo do Mundial, contudo, é necessário ampliar a capacidade para um mínimo de 65 mil lugares, o que custaria mais cerca de R$ 180 milhões. “Temos um projeto pronto para 48 mil pessoas e a estrutura pronta para 68 mil. Vamos agora sentar com a Federação (Paulista), com a CBF e com a Fifa para ver esse upgrade de 20 mil lugares que tem que ser feito no estádio para receber a abertura da Copa do Mundo da forma mais barata para o Corinthians e mais rentável para a cidade”, explicou Andrés Sanchez. Desta forma, caso a tentativa de ampliar a capacidade fracasse, a capital paulista ficaria sem o primeiro jogo da Copa de 2014 e receberia apenas outras partidas do torneio. “Se não der certo com o Corinthians, a abertura não será em São Paulo”, admitiu Kassab, acompanhado por Sanchez. “(O projeto de aumento).
Está sendo estudado, mas a principio é para 48 mil lugares. Ainda temos alguns passos a percorrer para, aí, sim, confirmar 100%”, disse. O local, a poucos metros da estação Itaquera do Metrô, foi doado pela prefeitura ao Corinthians em 1988 em um modelo de cessão de uso por 90 anos. Como o clube não cumpriu algumas contrapartidas do acordo, foi demandado pelo Ministério Público ao lado da própria prefeitura. Para dar sequência ao projeto, as partes precisam assinar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).
Com apoio irrestrito da prefeitura e do governo, o Corinthians espera acelerar a construção de seu estádio no terreno de 200 mil metros quadrados, vizinho ao centro de treinamento das categorias de base. “Sem isso, o projeto poderia levar sete ou oito anos”, reconheceu Sanchez, que agradeceu a Kassab e Goldman mais de uma vez durante o evento. Todos os presentes enfatizaram que a obra não terá dinheiro público. No palanque armado para o evento, com os logotipos dos governos municipal e estadual no fundo, Alberto Goldman (PSDB) e Gilberto Kassab (DEM) fizeram o anúncio oficial um dia antes da homenagem ao presidente petista Luiz Inácio Lula da Silva no Parque São Jorge.
O futuro estádio em Itaquera, elogiado intensamente pelas autoridades na manhã desta segunda-feira, foi tratado como última opção em São Paulo. Antes de pensar na arena na Zona Leste, Goldman e Kassab tentaram emplacar o Morumbi. Em seguida, estudaram a possibilidade de construir um estádio no bairro de Pirituba e, sem saída, resolveram adotar o estádio corintiano. “Com a nossa visita à CBF, finalizamos a hipótese inexequível de Pirituba. Seria viável economicamente, mas dependeria do prazo da licitação, que pode demorar três meses ou um ano e meio.
Diante da recusa da Fifa ao Morumbi, essa (a arena do Corinthians) era a única alternativa que nos sobrava. É possível que tenhamos algum problema até lá, mas podemos dizer que será o estádio da Copa do Mundo”, afirmou Goldman. A ideia é aproveitar os cerca de 85 mil metros quadrados ao redor da arena para criar uma área de integração entre torcedores e patrocinadores. Se no estádio o uso de dinheiro público foi vetado, as obras no entorno são de responsabilidade do estado. Depois da entrevista coletiva, as autoridades sobrevoaram a região de helicóptero para iniciar o planejamento. De acordo com José Luiz Portella, Secretário dos Transportes Metropolitanos, até 2014 a Linha Vermelha do Metrô ganhará 10 novos trens.
Com um total de 57 trens, o intervalo na plataforma cairia dos atuais 101 segundos para 82 segundos. Ainda segundo o secretário, seria possível transportar 60 mil pessoas por hora nos horários de pico. No terreno vizinho ao futuro estádio corintiano, a prefeitura planeja construir o que chamou de Pólo Institucional de Itaquera. O local teria uma escola técnica e uma faculdade de tecnologia, além de uma rodoviária. A nova arena, de acordo com as autoridades, está inserida em um projeto maior de desenvolvimento econômico da Zona Leste.
Autor: Abril.com e W1TV