Cientistas lançaram nesta quarta-feira uma iniciativa para “erguer virtualmente” o Titanic por meio de técnicas que farão o primeiro mapeamento tridimensional do transatlântico, naufragado há quase um século.
Usando modernos robôs, sonares, tecnologia de formação acústica de imagem e câmeras de alta resolução, inclusive em 3D, especialistas de várias organizações irão reconstruir um quadro abrangente e detalhado dos restos do navio e dos seus arredores imagens em grande parte nunca vistas.
“Achamos que cerca de 40 por cento, talvez 50 por cento, do local do Titanic nunca tenham sido examinados”, disse Dave Gallo, um dos líderes da expedição, diretor de projetos especiais do Instituto Oceanográfico Woods Hole, maior ONG oceanográfica privada do mundo, com sede em Massachusetts.
“Tudo até aqui tem sido muito na base da exploração, ou da aventura”, disse Gallo, lembrando que essa é a primeira expedição a fazer um trabalho arqueológico num sítio em águas profundas.
O Titanic, maior navio de passageiros do mundo naquela época, zarpou de Southampton com destino a Nova York, em sua viagem inaugural, em 10 de abril de 1912. Quatro dias depois, bateu num iceberg e naufragou, levando mais de 1.500 passageiros consigo.
Seu paradeiro exato continuou desconhecido até 1985, quando foi achado a centenas de milhas da costa canadense.
A nova pesquisa reunirá 30 especialistas, alguns deles fazendo pesquisas esotéricas, como uma análise de parentesco entre micro-organismos presentes no local e aqueles que afundaram junto com o navio.
O site http://www.expeditiontitanic.com/ apresentará atualizações regulares, e o History Channel deve fazer um documentário sobre o assunto, segundo Gallo.
Especialistas dizem que hoje em dia seria tecnicamente possível erguer o Titanic, mas que o custo proibitivo e a fragilidade dos destroços tornam a tarefa desaconselhável. Alguns consideram também que seria equivalente a profanar um cemitério.
“Muito rapidamente, o navio está se deteriorando cada vez mais”, disse Paul-Henry Nargeolet, diretor de pesquisas submarinas da RMS Titanic, empresa que lidera o projeto.
Ela é subsidiária da Premier Exhibitions, companhia que detém o monopólio da recuperação de objetos do naufrágio, concedido pela Justiça dos Estados Unidos em 1994.
Nargeolet, que já comandou cinco expedições anteriores ao local, prevê que grande parte do convés irá desabar dentro de 10 a 15 anos, e diz que isso já está acontecendo em parte da popa.
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Autor: G1