Um dos únicos países europeus onde o desemprego está a contrariar a gravidade da recessão. A Alemanha precisa de mão-de-obra qualificada, sobretudo engenheiros. As portas estão abertas.
Enquanto de França estão a sair imagens chocantes de imigrantes ilegais arrastados à força pela polícia, da Alemanha estão a sair convites endereçados a trabalhadores estrangeiros… qualificados.
No rescaldo da abertura demonstrada neste fim-de-semana pelo Governo germânico, a Associação alemã de Engenheiros fez as contas e calcula que o país precise de recrutar fora de portas 36 mil profissionais desta área se quer ambicionar manter-se uma potência industrial.
“A falta de trabalhadores qualificados é real e está a ser agravada com os desenvolvimentos demográficos”, diz Willi Fuchs, presidente da associação, citado pela Efe.
Fuchs lembra que actualmente já 10% dos engenheiros a trabalhar na Alemanha são estrangeiros, ao passo que são cada vez menos os alemães escolhem estudar engenharia.
O ministro alemão da Economia, Rainer Brüderle, anunciou neste fim-de-semama que quer lançar uma campanha para atrair à Alemanha profissionais estrangeiros altamente qualificados, admitindo inclusive a hipótese de lhes ser pago um prémio. Esse prémio poderia ser oferecido por empresas que procuram trabalhadores com urgência, afirmou o ministro em entrevista ao jornal alemão de economia Handelsblatt.
“Acho importante que seja desenvolvida uma estratégia geral, através da qual profissionais estrangeiros qualificados possam vir para a Alemanha”, disse.
Rainer Brüderle rejeitou, no entanto, que o Governo venha a subvencionar prémios para atrair profissionais estrangeiros altamente qualificados, embora tenha mostrado abertura para reduzir o salário mínimo exigido pela legislação para que as empresas alemãs empreguem mão de obra do exterior.
Actualmente, os profissionais estrangeiros têm que apresentar um contrato de trabalho que lhes garanta um rendimento anual de pelo menos 64 mil euros para assegurar a concessão de permissão de trabalho e permanência na Alemanha.
Autor: Jornal de Negócios OnLine – Portugal