Maior evento náutico da América Latina tem velejador de 80 anos e menina de apenas nove
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A 37ª Rolex Ilhabela Sailing Week reúne inúmeras atrações, como os medalhistas olímpicos Torben e Lars Grael, Eduardo Penido, Clínio de Freitas, Bruno Prada e Fernanda Oliveira. Além deles, porém, outro contraste chama a atenção: várias gerações competem em Ilhabela.
Letícia Rogick, de apenas 9 anos, é tripulante-mirim do Crystal/Doox, um Velamar de 32 pés que disputa a classe RGS-C. “Gosto muito de velejar. Fiquei feliz quando minha tia falou que eu ia competir aqui em Ilhabela”, disse Letícia, que conta com a presença de sua tia Andréa na embarcação e outras cinco mulheres.
“A Letícia frequenta embarcações desde os três meses, por causa da família. Ela já pediu para tomar conta dos cabos e sempre auxilia quem está passando por alguma dificuldade na regata. Ela gosta muito de velejar”, falou Andréa.
Contrastando com a nova geração, aparecem os velejadores mais experientes e que já fizeram muito pelo esporte brasileiro. Um dos exemplos é Peter Dirk Siemsen, de 80 anos, comandante Ângela Star, Beneteau 47.7 que está na terceira posição da ORC Club 600.
“Comecei a velejar em 1948 e pretendo continuar até quando me deixarem”, brinca Peter, apontando para o céu. Prestes a completar 81 anos, Peter conta sua aventura no último aniversário, quando passou quase 40 horas velejando. “A Regata Recife-Fernando de Noronha (Refeno) foi muito especial. Competi junto com a família”, contou Peter, que batizou o barco com o nome de sua filha Ângela.
Peter elogia a nova geração da vela brasileira. “Acho formidável a participação de crianças, a exemplo da Letícia. Espero que ela vá longe no esporte”, afirmou o comandante, que ganhou o prêmio “Beppe Crocce”, o principal concedido pela Federação Internacional de Vela, a personalidades que colaboraram para o desenvolvimento do esporte. O velejador tem uma carreira vitoriosa. Foi bicampeão brasileiro e mundial sênior na classe Star e participou do júri da América’s Cup.
O legado de Peter não se restringe às disputas na água. Ele está lançando nesta quarta-feira, em Ilhabela, o livro “Velas do Brasil”, escrito pelo jornalista Beth Laboriau e que conta sua trajetória e inúmeras histórias da vela.
Capixaba Phantom of the Opera quer o título da BRA-RGS B – Pela primeira vez na Rolex Ilhabela Sailing Week, o veleiro Phantom of the Opera promete lutar pelas primeiras posições do maior evento náutico da América Latina. O barco comandado por Renato Avelar venceu a primeira regata e ganhou moral para o restante da competição, na classe BRA-RGS-B. Apesar do oitavo lugar na segunda prova, o barco está em terceiro na classificação a 5 pontos do líder Moleque.
“Antes de começar o evento, nossa pretensão era lutar pelos cinco primeiros lugares. Agora, podemos pensar em algo maior, como ficar com o título, o que seria algo maravilhoso, ainda mais se pensarmos que essa é nossa estreia não só na Rolex Ilhabela Sailing Week, mas na cidade também”, disse Renato, que tem como companheiros Luciano Ferreira Sechin, Fabiano Santos Porto, Julio Cesar Santos Marques, Leonardo Teodoro de Oliveira, Marcos Albuquerque e Antonio José Stockler Lafaiete.
A tripulação do Schaeffer 31, do Espírito Santo, começou a preparação para Ilhabela em maio. Duas vezes por semana os velejadores treinavam cerca de cinco horas por dia. “Treinamos o máximo que deu, para chegar aqui em condições de fazer bonito”, continuou Renato.
O comandante Renato Avelar, 41 anos, é natural de Belo Horizonte, mas “capixaba de coração”. Velejador desde 1978, passando pelo Optmist, Snipe, Laser, Prancha a Vela e Oceano. Em 2004, vendeu seu apartamento para comprar o Haltonner Sir Wallace.
Geronimo veleja em família – Na classe RGS-Cruiser, o veleiro Geronimo, um Delta 36, navega em clima familiar. O comandante Mauro Diomelli conta com a ajuda dos filhos Fábio e André, além do irmão Ricardo.
“Velejamos em família há mais de 30 anos. A vela está no nosso sangue e o clima acaba sendo muito agradável dentro do mar. Usamos nossa afinidade familiar para ir bem nas regatas”, afirmou o comandante do Geronimo (patrocinado pela Olea Mozzarela Bar), que terminou as duas regatas na terceira posição.
“Estamos dentro da média prevista, que era variar entre os cinco primeiros colocados a cada regata”, contou Mauro, que ainda tem na tripulação a presença de Onorato Fiorentino, Fabrício Gianone e Gian Andrea.
A Rolex Ilhabela Sailing Week, o principal evento náutico da América Latina, tem patrocínio titular da Rolex, assim como patrocínios ouro da Mitsubishi Motors e da Semp Toshiba e prata do Bradesco Private. O evento tem ainda os apoios da Marinha do Brasil, da Confederação Brasileira de Vela e Motor (CBVM), da Associação Brasileira de Veleiros de Oceano (ABVO), da Classe S40, da Classe HPE25, da Classe BRA-RGS, do Yacht Club Argentino e da Prefeitura Municipal de Ilhabela. A organização, sede e a realização são do Yacht Club de Ilhabela.
Autor: Divulgação
