Os incêndios em áreas ambientalmente protegidas, como parques e reservas, têm preocupado autoridades, cientistas e ONGs. Foram 4.045 focos desde janeiro – um aumento de 124,3% em relação ao mesmo período de 2009.
Os terrenos próximos dos limites das unidades, chamados de áreas de amortecimento, também são monitorados, pois o fogo pode começar fora do parque e se alastrar dentro dele. No quadro geral do Brasil, o aumento de focos foi de 28% (de 9.279 em 2009 para 11.918 em 2010). Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que realizou o levantamento, a queima quase sempre é provocada pelo homem – principalmente em razão de atividades agropecuárias.
No caso das Unidades de Conservação (UCs), a situação em Tocantins é a que mais preocupa, segundo Paulo Carneiro, coordenador-geral de Proteção Ambiental do Instituto Chico Mendes (ICMBio, órgão do Ministério do Meio Ambiente). A Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins perdeu cerca de 400 quilômetros quadrados em queimadas neste ano – área equivalente à cidade de São Bernardo do Campo, em São Paulo. É a região que mais sofreu com o fogo entre todas as Unidades de Conservação (UCs) do País, contando as federais e estaduais.
Entre as cinco áreas protegidas que mais tiveram focos de queimadas em 2010, quatro estão no Estado – além de Serra Geral, com 429 focos, aparecem o Parque Nacional do Araguaia (361), a Área de Proteção Ambiental do Jalapão (205) e a Área de Proteção Ambiental Ilha do Bananal/Cantão (185). O coordenador diz que o Araguaia, por exemplo, teve queimados cerca de 150 quilômetros quadrados – área semelhante à de Cubatão.
Uma das dificuldades para conter o fogo é a logística. “A estação ecológica é muito grande. Tudo é longe e as estradas são de terra”, diz a analista ambiental Luciana Pacca, que trabalha na Estação Ecológica mais afetada pelas queimadas. Há quatro analistas na unidade, mas uma está de férias e outra, de licença. “É pouca gente. Ainda bem que temos tido bastante apoio de Brasília.”
Autor: O Estado de S. Paulo